Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super BlackFriday: Assine VEJA a partir de 7,99
Imagem Blog

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca

O que há de mais pavoroso em ‘Invocação do Mal 4: O Último Ritual’

Estreia da semana promete ser o capítulo final da série de filmes, que perde qualidade progressivamente desde 2013

Por Thiago Gelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 set 2025, 17h07

Acaba de chegar ao fim — finalmente — a saga cinematográfica do casal de investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren com Invocação do Mal 4: O Último Ritual, já em cartaz no Brasil. Após doze anos que se arrastaram, o que era um filme de terror arrepiante e eficaz do cineasta James Wan se tornou uma franquia épica desenfreada, que multiplicou os absurdos a cada lançamento em ordem proporcional à receita bilionária, que passa dos 2,2 bilhões e é a maior para qualquer franquia do gênero com ajuda dos derivados Anabelle e A Freira. De um lado, o feito é respeitável: ao reconhecer que o horror vende por si só e abre alas para monstros tão memoráveis quanto reprodutíveis, Wan adaptou a mentalidade de artista à de produtor e concordou em criar uma linha de produção aparentemente inofensiva, como fazem os supervisores dos universos Marvel e DC. É nesta guinada para o heroísmo cartunesco, porém, que repousa aquilo de mais pavoroso no encerramento da quadrilogia: o retrato desonesto dos Warren como protagonistas morais inequívocos, mutantes armados com a cruz.

Em sua última aventura nas telas, Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga) estão afastados do batente em nome da saúde do homem, que tem o coração fraco. No subúrbio americano, eles criam a filha Judy, tão mediúnica quanto a mãe, e fazem o possível para afastar qualquer interferência das forças do mal em seu cotidiano. Enquanto isso, a família Smurl passa a ser aterrorizada na Pensilvânia quando um espelho amaldiçoado é adquirido por um dos familiares. O item não é só mais uma quinquilharia demoníaca e tem ligações ao passado dos Warren e, especialmente, ao nascimento de Judy. Forçados a enfrentar o mal pela última vez, os dois então partem para ajudar o núcleo em apuros — isso após mais da metade do filme, que é dividido de forma desconjuntada.

Os Warren, contudo, não funcionam como protagonistas, e sim como fio condutor das histórias assustadoras conectadas a eles, peças que substanciam a alegação sinistra de que tudo na tela é “inspirado em uma história real”. O público se deixa arrepiar pela ideia, mas sabe (ou deve saber) que, no fim, a conexão da trama de terror ao mundo real é mera tática de marketing e que o trabalho do casal sempre foi amplamente contestado e carente de qualquer prova material. Ed e Lorraine, por exemplo, investigaram a infame casa de Amityville e afirmaram notar presença paranormal lá, anos antes que o advogado de defesa da família assombrada, William Weber, admitisse que tudo havia sido orquestrado com base em factoides: “Em outras palavras, era uma farsa”. O Último Ritual, contudo, retrata o clã Warren com fé digna dos santos e com os poderes psíquicos dos X-Men. Em certo instante, o longa ousa sugerir que o trabalho de ambos era ridicularizado pela comunidade científica do século XX, mas hoje é respeitado e faz parte do mainstream. Em nome do engrandecimento dos protagonistas para efeito dramático, o filme não para de ofender a inteligência de seu público.

Superestimando o que a plateia é capaz de engolir, o longa também acaba largando mão da sofisticação na hora de orquestrar seus sustos e assombrações, tão vulgares quanto recortes de papelão em um parque de diversão. No lugar do suspense, despontam fantasmas de visual genérico e ora risível — que, por outro lado, ao menos oferecem divertimento. Na falta da construção de uma história cativante inédita, O Último Ritual ainda recorre a uma participação especial da boneca Annabelle. Ela, que sempre foi um macabro objeto inanimado em suas representações anteriores, exemplifica o problema central ao filme quando é descaracterizada a troco de um susto barulhento e fugaz.

Continua após a publicidade

Se as bobagens fossem admitidas, O Último Ritual seria passável como programação descompromissada. Quem dera ele não martelasse suas pretensões descabidas por 135 minutos.

Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:

  • Tela Plana para novidades da TV e do streaming
  • O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
  • Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
  • Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.