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O segredo por trás do filme da maior rival de Fernanda Torres no Oscar

Pouco se fala sobre a influência decisiva e escancarada que faz de 'A Substância', estrelado por Demi Moore, um libelo potente

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 fev 2025, 10h48

Última grande premiação antes do veredito final do Oscar, o SAG Awards — distinção com a marca do respeitável sindicato dos atores americanos — foi realizado no último domingo, 23, e não deu outra: conforme se temia, Demi Moore levou a melhor na categoria de atriz, reforçando seu cacife na disputa com a brasileira Fernanda Torres pela estatueta máxima do cinema, cuja vencedora será enfim conhecida na cerimônia do próximo domingo, 2, em Los Angeles. A briga é boa, pois as duas estrelas obviamente estão ancoradas em filmes (e atuações) de peso. Mas, no caso de A Substância, que conferiu prestígio inédito a Demi na maturidade, um detalhe que tem sido mencionado somente aqui e ali merece ser mais valorizado — pois se trata, sem dúvida, do fator que faz do filme o potente libelo que é contra a ditadura da beleza e do etarismo em Hollywood: algo que se pode chamar de “efeito Cronenberg”.

Na verdade, desde a estreia de A Substância no festival de Cannes de 2024, vem se falando muito sobre as consequências desse retrato acachapante e tristemente verdadeiro da trajetória feminina na indústria do cinema — e pouco sobre a influência fundamental que faz isso explodir na tela. Afinal, a jornada de Elisabeth Sparkle, atriz que vive o ocaso com a chegada da idade e recorre a uma medida desesperada na tentativa de se manter à tona, tem tudo a ver com os percalços reais enfrentados por sua intérprete na carreira. Após seduzir Hollywood (e o mundo) com sua beleza em sucessos como Striptease (1996), Demi parecia inatingível — até que a virada dos 40 fez os bons papéis minguarem diante dela.

Em A Substância, é sua arriscada epopeia de transformação do corpo que dá sentido e potencializa a mensagem sobre tais agruras — e tanto a sacada que sustenta essa premissa quanto sua realização em cena devem muito ao terror biotecnológico dos filmes do canadense David Cronenberg. O cineasta conhecido por longas como A Mosca (1986), Crash — Estranhos Prazeres (1996) e Crimes do Futuro (2022) é uma inspiração assumida da diretora de A Substância,  a francesa Coralie Farget. A ideia da transmutação voluntária dos corpos em nome de uma ambição — tentação que logo revela resultados aberrantes e surreais — é a pedra de toque de quase toda a cinematografia do canadense, e também a espinha dorsal (para usar uma palavra apropriada)  de A Substância.

Quando a personagem de Demi Moore se submete ao experimento que faz uma nova versão jovem e espevitada de si saltar literalmente de suas costas — no corpo de uma vivaz  Margaret Qualley — é impossível não sentir um cheirinho de filme do Cronenberg no ar. Similaridade que só vai se tornando mais palpável à medida que a trama toma um rumo de terror e pesadelo, com o corpo de Demi Moore sofrendo todas as consequências da distopia biológica.

Um bom argumento a favor de Fernanda Torres na disputa pelo Oscar é que, nesse mergulho cronenbergiano,  a concorrente não tem de se esforçar muito para demonstrar suas emoções: quando o crescendo de horror se instala, boa parte do trabalho cabe às próteses desfigurantes e efeitos práticos. Sabe-se que Cronenberg sorriu ao ver A Substância em Cannes — e isso diz muito.

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