Os cinco filmes favoritos do papa Francisco e onde vê-los

Para além das responsabilidades do pontifício que assumiu de 2013 até a morte nesta segunda-feira, 21 de abril, o papa Francisco foi um grande apoiador das artes e um cinéfilo voraz, com carinho especial pelos filmes do neorrealismo italiano que viu enquanto crescia na Argentina, filho de imigrantes. Voltados a mazelas das classes baixas, os longas mais amados pelo papa compartilham princípios que guiariam sua administração progressista da Igreja Católica. Saiba quais eram os títulos e onde assistir a eles:

Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini (1945)
Onde: Belas Artes à La Carte

O drama de Rossellini é uma das obras mais seminais do cânone italiano e exportou o neorrealismo do país para a atenção global. Situado no período em que Roma foi declarada “cidade aberta” em meio à Segunda Guerra – ou seja, território sem defesas militares às vésperas de uma invasão –, a trama segue o líder comunista Luigi Ferraris (Marcello Pagliero) fugindo de oficiais nazistas que buscam prendê-lo. Para isso, ele recruta a ajuda da noiva Pina (Anna Magnani) e de Pietro (Aldo Fabrizi), padre que oficializaria a união do casal.

A Estrada da Vida, de Federico Fellini (1954)
Onde: Looke

Em uma das mais célebres colaborações entre Fellini e sua musa e esposa, Giulietta Masina, a jovem garota Gelsomina (Masina) é vendida pela mãe para o brutamontes circense Zampanò (Anthony Quinn), que atrai o público com a habilidade de romper correntes amarradas ao corpo. Forçada a ser sua esposa, a jovem vive desolada, mas é capaz de demonstrar bom-humor suficiente para se tornar palhaça. Quando os dois se juntam a um circo, ela conhece o gentil Bobo (Richard Basehart), que lhe mostra o poder da benevolência e do amor.

O Leopardo, de Luchino Visconti (1963)
Onde: Looke e Claro TV+

Épico dirigido por um dos cineastas de maior fôlego da Itália, O Leopardo adapta o livro de Giuseppe Tomasi di Lampedusa e retrata o período de formação do Reino da Itália entre 1860 e 1870, no qual uma família da aristocracia siciliana é forçada a se adaptar. Dentro dela, o príncipe Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) permite que o sobrinho Tancredi (Alain Delon) se case com a burguesa Angelica (Claudia Cardinale) em tentativa de manter capital e relevância. Mais recentemente, o clássico foi refeito em minissérie pela Netflix.

Ensaio de Orquestra, de Federico Fellini (1978)
Onde: Oldflix

Já distanciado do realismo, Fellini demonstra as qualidades megalomaníacas de sua produção tardia a partir de uma premissa simples: o ensaio de uma orquestra capturado por uma equipe documental de televisão – estilo “mockumentary” que viraria febre nas comédias americanas décadas depois com o advento de The Office. Sardônico, o filme satiriza a política italiana por meio de um protesto que perturba o ensaio e sucessivas complicações imprevistas. O filme foi o último do cineasta com trilha sonora de Nino Rota, que faleceu no ano seguinte.

A Festa de Babette, de Gabriel Exel (1987)
Onde: Sesc Digital (gratuito)

Único filme da lista feito fora da Itália, A Festa de Babette tem origem dinamarquesa e foi o primeiro longa a levar o Oscar de melhor filme internacional para o país. Situado em uma pequena vila, o filme narra o cotidiano de duas irmãs protestantes que lutam para manter uma congregação estável após a morte do pai pastor. O destino das duas muda, contudo, com a chegada da refugiada francesa Babette (Stéphane Audran), expulsa do país após a derrocada da Comuna de Paris. Trabalhando de graça, ela surpreende todos os membros da pequena comunidade com seus dotes culinários, que gradualmente demonstram ter também poderes espirituais.

Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:

• Tela Plana para novidades da TV e do streaming
• O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
  
• Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
• Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial

• Cinema
• Cinema Europeu
• Papa Francisco