Em sua 96ª edição, o Oscar mostrou que já aprendeu algumas lições valiosas. Com a audiência em queda, passou a trazer para o palco, por exemplo, filmes que arrebentaram em bilheteria e números musicais inspirados. Neste ano, A Academia de Hollywood apostou em uma outra grande mudança ao adiantar o horário de exibição, fazendo com que espectadores da costa leste americana (e também aqui do Brasil) pudessem ver a premiação até o fim sem morrer de sono. Outro aprendizado, este aplicado à função do apresentador, foi o velho “em time que está ganhando, não se mexe” — Jimmy Kimmel se manteve no posto, marcando sua quarta vez à frente do grande prêmio de Hollywood. O combo funcionou e a cerimônia deste ano conseguiu ser dinâmica e engraçada — e também um tanto previsível. Confira a seguir alguns altos e baixos da festa.
O favorito — e o esnobado
Oppenheimer, como esperado, levou o prêmio de melhor filme do ano, embolsando no total sete estatuetas das treze as quais concorria. Além de muitos prêmios técnicos, conquistou as categorias de melhor ator (Cillian Murphy), ator coadjuvante (Robert Downey Jr.) e diretor (Christopher Nolan). Em contrapartida, outro filme grandioso, que no ano passado chegou a ser tratado como possível favorito ao prêmio, Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese, saiu com uma mão atrás e outra na frente, perdendo em todas as dez categorias em que estava indicado.
O poder de Pobres Criaturas
O segundo grande vencedor da noite, Pobres Criaturas levou quatro estatuetas, entre elas a de melhor atriz para Emma Stone. A categoria era considerada a mais acirrada da noite, já que Emma concorria com Lily Gladstone, de Assassinos da Lua das Flores, e Sandra Hüller, por Anatomia de uma Queda — duas interpretações memoráveis e premiadas. Foi um raro caso no qual ninguém sabia quem de fato iria ganhar, tanto que a própria Emma se enrolou no discurso para aceitar o troféu.
Barbie roubou a cena — ou melhor, o Ken
O filme mais rentável do ano passado foi indicado em oito categorias e ganhou só uma, de melhor canção para What Was I Made For, entoada por Billie Eilish. Mas foi o show de Ryan Gosling cantando a satírica I’m Just Ken que roubou a cena. Hilária, a apresentação contou com a presença do guitarrista Slash e elementos do universo feminino, com um cenário emulando o clássico Os Homens Preferem as Loiras, com Marilyn Monroe – e, mais tarde, reproduzido por Madonna no clipe de Material Girl. O ator recebeu o reforço de bailarinos e do elenco de Kens do filme. Confira a seguir o vídeo da apresentação.
https://twitter.com/FilmUpdates/status/1767002046731792788
Valiosos prêmios de consolação
É comum que o Oscar reserve as categorias de melhor roteiro para filmes memoráveis, mas que passam longe da chance de levar categorias principais. Neste ano, essas estatuetas foram para Anatomia de uma Queda, como melhor roteiro original, e Ficção Americana, de roteiro adaptado. Anatomia ainda fez sucesso com a presença do astro canino Messi, que chegou a “aplaudir” a vitória de Robert Downey Jr.
https://twitter.com/SpencerAlthouse/status/1766989468559421939
Discursos contidos
https://twitter.com/rdjxduckling/status/1766992539859525647
Entre os momentos valiosos do Oscar estão os discursos dos vencedores, os quais costumam ser recheados de piadinhas, falas emotivas e também protestos políticos. Neste ano, as manifestações foram destinadas a criticar as guerras da Rússia e Ucrânia e na faixa de Gaza. Já os atores, ficou sob a responsabilidade de Robert Downey Jr. entregar o agradecimento engraçadão do ano. “Quero agradecer minha infância difícil”, disse ele, só para começar.