Oscar rejeita – de novo – pedido de Zelensky para aparecer na cerimônia
Presidente da Ucrânia vem buscando apoio da indústria cinematográfica no último ano, mas não sensibilizou a Academia de Hollywood
Desde que a guerra entre Rússia e Ucrânia irrompeu, há pouco mais de um ano, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky vem buscando maneiras de dialogar com o resto do mundo e chamar atenção para os desdobramentos do conflito. Logo, encontrou na indústria cinematográfica uma aliada – mas nem todos o receberam de braços abertos. No ano passado, Zelensky tentou conquistar alguns minutos de tela na cerimônia do Oscar, porém teve seu pedido negado pela Academia. Às vésperas da 95ª edição da premiação, que acontece no domingo, 12, o líder ucraniano foi novamente esnobado, segundo a revista americana Variety.
Zelensky, que era comediante antes de assumir o governo da Ucrânia, fez aparições remotas em outras celebrações importantes da indústria no último ano, como o Grammy e o Globo de Ouro – no qual foi apresentado por Sean Penn, que dirigiu um documentário em apoio à Ucrânia –, além dos festivais de cinema de Cannes e Berlim. O mesmo respaldo não foi encontrado nos braços do gigante prêmio do cinema. Em 2022, Zelensky teria sido barrado por causa de uma preocupação do produtor executivo do Oscar, Will Packer, com a mensagem que estariam passando: em ocasiões anteriores, a premiação não deu atenção aos conflitos envolvendo pessoas de cor. A Academia ainda não se manifestou sobre a atual decisão, mas é de conhecimento geral que, tradicionalmente, a organização prefere evitar discussões mais contundentes sobre temas políticos.
Segundo fontes ouvidas pela Variety, a equipe de Zelensky teria contratado um poderoso agente hollywoodiano, Mike Simpson, para apelar à Academia. A proposta do político acontece em um momento em que pesquisas mostram o enfraquecimento do apoio e assistência americana à Ucrânia. Em setembro, o Festival de Cinema de Toronto também recusou uma aparição do ex-comediante, sob a justificativa de que o festival “não comenta discussões com dignitários, funcionários do governo ou embaixadas internacionais”, mas que se solidarizava com os ucranianos “tanto aqui quanto no exterior e se orgulha de mostrar a profundidade e a criatividade dos cineastas ucranianos no festival deste ano”. Em dezembro, Zelensky foi negado pela Fifa de veicular uma mensagem antes da final da Copa do Mundo.