Por que uma atriz feita por IA tem provocado rebuliço em Hollywood

Uma atriz feita por inteligência artificial tem causado rebuliço entre atores de Hollywood nos últimos dias. Batizada de Tilly Norwood pela empresa de IA Particle 6 Productions e sua criadora Eline Van der Velden, fundadora da companhia de tecnologia, a personagem vem recebendo inúmeras críticas após a divulgação de que agências estariam interessadas em representá-la.

No último final de semana, atores como Nicholas Alexander Chavez, da série da Netflix Monstros: Irmãos Menendez, Melissa Barrera, ex-integrante da franquia de terro Pânico, detonaram essa possibilidade. “Espero que todos os atores representados pelo agente que contratar isso o demitam”, escreveu Melissa.” Não é uma atriz de verdade, boa tentativa”, debochou Chavez. Mara Wilson, intérprete de Matida, declarou sentir vergonha de criações de IA. “Eles roubaram os rostos de centenas de jovens para fazer essa ‘atriz’ de IA. Eles não são criadores. São ladrões de identidade.”, escreveu ela.

Eline Van der Velden rebateu a reação negativa defendendo que sua criação não substituirá atores reais. “Para aqueles que expressaram indignação com a criação da minha personagem de IA, Tilly Norwood, ela não é uma substituta para um ser humano, mas uma obra criativa — uma obra de arte. Como muitas formas de arte antes dela, ela desperta debates, e isso por si só demonstra o poder da criatividade. Vejo a IA não como uma substituta para pessoas, mas como uma nova ferramenta, um novo pincel”, começou a executiva, que comparou a personagem de IA com animação, marionetes e CGI.

“Assim como a animação, o teatro de marionetes ou o CGI abriram novas possibilidades sem prejudicar a atuação ao vivo, a IA oferece outra maneira de imaginar e construir histórias. Eu mesma sou atriz, e nada — certamente nem um personagem de IA — pode tirar a arte ou a alegria da atuação humana… Criar Tilly tem sido, para mim, um ato de imaginação e habilidade, não muito diferente de desenhar um personagem, escrever um papel ou moldar uma performance.”, completou.

Van der Velden, que anunciou no Festival de Cinema de Zurique o lançamento do Xicoia, “o primeiro estúdio de talentos de inteligência artificial do mundo”, ainda disse acreditar que personagens de IA “devem ser julgados como parte de seu próprio gênero, por seus próprios méritos, em vez de comparados diretamente com atores humanos”.

O uso de inteligência artificial em Hollywood tem gerado muitos debates na indústria, já que estúdios têm usado a ferramenta para rejuvenescimento de atores, geração de efeitos visuais mais complexos e até aperfeiçoamento de vozes e sotaques. Os temores sobre a possibilidade de a IA substituir atores — ou usar ilegalmente sua imagem — também estão crescendo entre os profissionais da área nos Estados Unidos.

Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:

• Tela Plana para novidades da TV e do streaming
• O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
  
• Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
• Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial

• Mais lidas

1

Política

CPMI do INSS ouve ministro da CGU sobre ‘méritos’ e ‘inércia’ de apuração

2

Economia

Câmara aprova isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

• Hollywood
• Inteligencia Artificial
• Tecnologia