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APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Aécio no Roda Viva: “O governo é tão ruim que até o PT quer mudar”. Veja a transcrição das falas do candidato

Transcrevo e comento abaixo alguns trechos do programa Roda Viva de segunda-feira com o senador pelo PSDB e candidato à presidência Aécio Neves. [youtube https://www.youtube.com/watch?v=cd6WV_FhRZc?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&feature=share&w=620&h=349%5D Alianças Aécio: Alianças partidárias são necessárias. Serão feitas. Mas a que custo? Jamais ao custo que hoje se cobra do PT, que o PT admite pagar. Na verdade, o PT […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 03h44 - Publicado em 3 jun 2014, 21h09
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    Transcrevo e comento abaixo alguns trechos do programa Roda Viva de segunda-feira com o senador pelo PSDB e candidato à presidência Aécio Neves.

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=cd6WV_FhRZc?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&feature=share&w=620&h=349%5D

    Alianças
    Aécio: Alianças partidárias são necessárias. Serão feitas. Mas a que custo? Jamais ao custo que hoje se cobra do PT, que o PT admite pagar. Na verdade, o PT parece que se acostumou e sente prazer em estabelecer esse tipo de relações.

    Maioria do PT
    Aécio: Hoje existe uma maioria [governista] no Congresso Nacional, que jamais existiu desde que eu lá cheguei. [Alguém brinca dizendo que “desde Pedro Álvares Cabral”.] No Senado federal, a oposição tem 17% das cadeiras. Então estamos falando de uma maioria de 83%. Na Câmara, a maioria chega próximo de 80%, talvez setenta e poucos por cento. Para que é que serviu essa maioria? Qual o projeto reestruturante, qual a grande reforma que foi conduzida pelo governo que detém essa maioria? Nenhum! Só se colheu o lado negativo, perverso, que é a ocupação do Estado brasileiro por gente desqualificada e que tem levado a essas duas principais marcas do governo do PT: incompetência em absolutamente todas as áreas e os desvios sucessivos que aí estão. Chegamos à exaustão. E, no meu caso específico, eu posso garantir: vai haver coragem política para apresentar uma proposta adequada que, a meu ver, possibilitará uma nova relação entre as forças políticas brasileiras.

    Governo de Minas
    Fernando Barros e Silva perguntou quantos partidos apoiaram o governo de Aécio em Minas.

    Aécio: Meu governo deve ter tido o apoio de 14, 15 partidos. Como eu estou vendo que você está muito interessado em Minas, eu sugiro que você averigue. Quais foram as indicações desses partidos políticos para as secretarias dos estados? Nenhuma! Eu busquei as melhores figuras. Quando eu busquei o [Antonio] Anastasia para ser meu secretário de planejamento, depois a Renata Vilhena, o Fuad Noman para ser secretário da fazenda, eu não busquei pessoas filiadas a qualquer partido. Setenta por cento do meu governo não tinha filiação partidária. Quando eu busquei o Gilman [Viana] da Federação da Agricultura para ser o secretário da Agricultura, é porque era o melhor. Quando eu busquei o [Wilson] Brumer, depois presidente da Usiminas, para ser o secretário do desenvolvimento econômico, é porque era o melhor quadro que eu tinha à disposição. E sabe o que é que aconteceu? Eu tive um apoio extraordinário na Assembleia. Sabe o que aconteceu com os deputados da minha base aliada? Cem por cento deles se reelegeram. Porque eu os prestigiava! Nas suas regiões, os investimentos do governo eram levados por eles. E isso é do jogo político. É natural. Inclusive aqueles determinados pelo governo. Minas tinha, Fernando, 229 cidades sem ligação asfáltica. 229. Mais que a maioria dos estados têm no conjunto das suas cidades. Quatro delas federais…

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    Fernando Barros: Minas é o estado com mais municípios do país.

    Aécio: 853 munícipios: 225 de responsabilidade do estado; quatro da União. Eu asfaltei os 225. Estão lá até hoje as quatro pequenas estradas de responsabilidade da União… E é óbvio que a minha base parlamentar que de alguma forma apoiava o governo se beneficava desses investimentos. Esse é um deles. Eu falei aqui de Saúde, falei aqui de Educação. Então o estado cresceu. O estado se desenvolveu. E nós estabelecemos lá uma relação política correta, digna, altiva. E é isso que eu pretendo fazer no governo federal.

    Comentei em tempo real no Facebook:
    Aécio botou Fernando Barros e Silva no bolso. O candidato fala muito bem de seu governo de Minas. Precisa aprender é a falar mal do PT. Chamar os petistas de incompetentes é elogio. Eles são muito competentes em roubar o país.

    [A propósito: como já escrevi tantas vezes, Aécio também precisa deixar de falar como um gerente de banco e começar a traduzir as questões essenciais para uma linguagem através da qual o eleitor comum perceba o que elas têm a ver diretamente com a sua vida.]

    Fim da reeleição
    O candidato do PSDB afirmou que, se eleito, pretende propor o fim da reeleição e a ampliação do tempo de mandatos para cinco anos.

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    Aécio: Quero encerrar esse ciclo de governo que está aí e tão mal vem fazendo ao Brasil.

    Bolsa-Família
    O candidato contou que, apesar da maioria governista, conseguiu aprovar um projeto na semana retrasada na Comissão de Assuntos Sociais que estimula o beneficiário do Bolsa-Família a se integrar ao mercado de trabalho. Como?

    Aécio: Aquele que alcança um emprego no mercado de trabalho, com carteira assinada, que ultrapassa o teto do beneficiário do Bolsa-Família, portanto, ele estaria tendo que sair do Bolsa-Família, o nosso projeto permite, Augusto, que ele continue recebendo por até seis meses, concomitantemente, o seu salário, no seu novo emprego, e o Bolsa-Família. Por quê? Porque o que acontece hoje é o temor daqueles que são beneficiários do Bolsa-Família de buscarem um espaço no mercado de trabalho formal, não se garantirem naquele emprego, não ficarem naquele emprego e perderem os dois. Isto nós apresentamos com base em inúmeras pesquisas que fizemos com beneficiários do Bolsa-Família, porque eu acho, Augusto, que o Brasil tem que parar com essa história de querer comemorar a cada ano um ou dois milhões de famílias a mais beneficiadas pelo Bolsa-Família. O Brasil vai ser um país melhor, quando nós, respeitando os direitos daqueles que recebem o Bolsa-Família – eles são intocáveis -, nós comemorarmos porque o Brasil cresceu, se desenvolveu, essas pessoas se qualificaram, comemorarmos que nós temos dois ou três ou cinco milhões a menos de famílias no Bolsa-Família.

    O senador lembrou que o programa começou no governo do seu partidário FHC:

    Aécio: Se você for olhar o DNA do Bolsa-Família, você vai encontrar lá o Bolsa-Escola, o Bolsa-Alimentação, o Vale-Gás, o Cadastro Único, que depois foram unificados no governo do presidente Lula.

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    Sem deixar de reiterar que considera o Bolsa-Família extremamente necessário, Aécio explicou a diferença de visão entre seu partido e o PT em relação ao programa:

    Aécio: Para nós do PSDB o Bolsa-Família é apenas o ponto de partida. Para o PT, infelizmente, é apenas o ponto de chegada.

    FHC x Lula
    Aécio: É impossível comparar momentos tão distintos da vida nacional. Eu tenho a capacidade, diferente dos nossos adversários, de reconhecer virtudes naqueles que estão em outro campo político. Eu não vejo nos meus adversários só defeitos, tampouco acho que alguém, apenas por estar no meu campo político, só tenha virtudes. O governo do presidente Fernando Henrique foi extremamente importante para que os outros avanços viessem, seja a partir da estabilidade da moeda, talvez a mais importante de todas as reformas feitas naquele tempo; as privatizações essenciais de setores como telefonia, siderurgia, aviação, [de modo que o governo] reconectou o Brasil ao mundo; a Lei de Responsabilidade Fiscal e o início dos programas de transferência de renda foram fundamentais para fazer o Brasil avançar. Ali começou-se a reescrever a história do Brasil. Eu faço justiça ao governo Itamar Franco, que deu o aval político para que o Plano Real fosse concebido. Veio o governo do presidente Lula, com a continuidade desses avanços na área social: houve o adensamento desses programas de transferência de renda – eu acho até que nós deveríamos ter feito a unificação desses programas [que resultou no Bolsa-Família] lá atrás. O governo Lula então surfa durante alguns anos na herança bendita do governo anterior, só que essa herança exauriu-se. Mas infelizmente o aparelhamento da máquina pública foi tamanho e a flexibilização desses pilares macroeconômicos fundamentais foi tão grande… Esse último período do governo está destruindo essas conquistas, inclusive as conquistas sociais, porque os programas de transferência de renda, cantados em verso e prosa como a grande conquista, a grande inovação do governo do presidente Lula, iniciados no nosso governo, hoje perdem o seu efeito com o recrudescimento da inflação. A inflação de alimentos está já próxima de dois dígitos há mais de ano. Então, quem mais precisa é quem mais gasta com alimentos. Então, é hora de encerrarmos esse ciclo de ineficiência e de descompromisso com a ética que hoje norteia o Brasil e nos governa para iniciarmos um corajoso ciclo de resgate dessas conquistas e obviamente de início de novas conquistas.

    Responsabilidade
    Aécio: Eu estou convencido de que eu tenho hoje uma responsabilidade com o Brasil. Nunca foi o meu objeto de desejo pessoal chegar à presidência da República. Mas eu estava presidindo o maior partido de oposição hoje, depois de ter tido uma larga experiência no Executivo que eu julgo exitosa pela aprovação do nosso governo, pelos resultados obtidos, e houve uma grande convergência das oposições em relação ao meu nome. Hoje eu estou absolutamente determinado a cumprir esse papel. E quanto mais ofensas, quanto mais infâmias, quanto mais ataques eu recebo, mais determinado eu estou. Porque eu não quero fazer um governo do PSDB, eu quero fazer um governo do Brasil do bem, das melhores pessoas, das mais qualificadas.

    Vaidade e poder
    Aécio: A minha vaidade na política já está suprida. Eu fui presidente da Câmara, governei meu estado por dois mandatos, eleito sempre em primeiro turno, o retrato do meu avô, do dr. Tancredo [Neves], já está lá na parede do Palácio do Planalto… Eu estou nisto por um gesto de responsabilidade para com o Brasil. Porque mais quatro anos de governo do PT será [algo] extremamente grave para todos nós. Será grave para a democracia. Hoje nós estamos assistindo já a muito pouco comedimento de certas lideranças do PT de falar em controle social da mídia; vamos ver qual será a postura do governo agora na nomeação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal, no próximo mandato serão cinco novos ministros do STF a serem nomeados. E o que eu percebo hoje é que o PT perdeu a capacidade de apresentar um projeto transformador de Brasil. Hoje se contenta em ter exclusivamente um projeto de poder. E aí é esse vale-tudo. O Brasil não merece este crescimento pífio, esse descompromisso com a ética. Eu, hoje, de alguma forma externo, vocalizo a indignação de muitos brasileiros. Eu vou cumprir a minha parte. Não sei se ganho ou se perco as eleições, mas eu tenho uma grande vantagem, acredite nisto: eu vou fazer essa campanha dizendo a verdade, defendendo as teses nas quais eu acredito. E eu acredito que decência e eficiência podem caminhas juntas na política brasileira.

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    Coerência
    Aécio: O que eu tenho a oferecer nessa campanha é a minha coerência. Eu hoje falo de novo Pacto Federativo e defendia isto durante toda a minha vida política, inclusive como presidente da Câmara. Eu falo que investimento em educação é essencial para o Brasil dar um salto em seu desenvolvimento e levei o meu estado a ter a melhor educação do Brasil. Eu falo em um ambiente fértil para as parcerias com o setor privado porque elas alavancarão a nossa infraestrutura e a partir daí a competitividade das nossas empresas e a partir daí os empregos de maior qualidade, e eu fiz isso em Minas Gerais, com parcerias em absolutamente todas as áreas. É isso o que eu tenho a oferecer a todos os brasileiros.

    Oposição
    Aécio: Aquele que chegar [ao segundo turno] terá o apoio do eleitorado que vota em candidato da oposição Eu acho que o eleitor hoje que conhece o governo como conhece, e eles estão aí há 12 anos, conhece também a presidente que está aí há muitos anos dando as cartas em setores como o de energia, e dando mal essas cartas, e há quatro governando o Brasil, tem já motivos para votar ou para não votar. Eu não vou mudar o meu norte. A minha briga não é com o PSB, não é com outros partidos de oposição que estão surgindo aí. O meu objetivo é apresentar ao Brasil uma alternativa a isso que está aí. E a minha percepção como homem público que se orgulha muito do que faz. Eu compreendo a política como uma das mais honrosas atividades que qualquer um possa desenvolver no seio de uma sociedade. Portanto, é isso que eu tenho a oferecer à sociedade brasileira: a minha história de vida, a minha dignidade pessoal, o meu amor ao Brasil e a minha coragem para enfrentar aqueles que não podem deixar o governo até se querem manter o mesmo padrão de vida.

    Guerra
    Aécio: Então, eu sei que não é uma eleição qualquer: é uma guerra fratricida. Eu estou preparado para ela e apenas concluo dizendo: a cada ataque, eu responderei com uma verdade.

    A frase da noite
    Fernando Mitre: Eu só queria lembrar que o PT trabalha com essa ideia, “Mudança com Dilma”, baseada nessas pesquisas.

    Aécio: Você vê: o governo é tão ruim que até o PT quer mudar. Essa que é a verdade.

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    Melhor contra-ataque:
    Aécio (para Fernando Barros): Você é candidato?

    Maioridade penal
    Aécio acenou ainda com tentativas de mudança na lei de maioridade penal, para que os menores criminosos não fiquem presos pelo máximo de três anos.

    Comentei no Facebook:
    No geral, Aécio esbanjou simpatia com seu jeito mineirinho de ser. É o que ele tem de melhor, porque é sedutor. É o que ele tem de pior, porque é levinho demais para enfrentar a canalhada.

    Uma guerra “fratricida” pressupõe uma guerra entre irmãos. É assim que o PSDB trata o PT. E é o pior pressuposto que alguém pode ter se quiser derrotá-lo.

    Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil

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