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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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O raciocínio de Marcelo Freixo e outras notas sobre crimes

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h29 - Publicado em 8 fev 2014, 15h24

1.

De Marcelo Freixo, do PSOL, no artigo – acredite – “Prisão é um mau negócio“:

“(…) Segundo o Departamento Penitenciário Nacional, de 1990 a 2012, a quantidade de encarcerados cresceu 511%. Chegou a cerca de 550 mil no ano passado. O Brasil já tem a quarta maior população carcerária do mundo. (…)

O que a sociedade ganhou com isso? Nada. Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de assassinatos saltou de 31.989, em 1990, para 52.260, em 2010. Aumento de 63%. É urgente um novo modelo penal, que priorize penas alternativas e a progressão de regime. A privação da liberdade só deve ser aplicada contra quem oferece perigo real à sociedade. Caso contrário, é um péssimo negócio para todos, a maneira mais cara de tornar as pessoas piores. (…)”

Freixo é uma espécie de Francisco Bosco com números: ele diz que a população carcerária aumentou e, para justificar que a sociedade não ganhou nada com isso, diz que o número de ASSASSINATOS aumentou também. Acontece que o Brasil “arquiva mais de 80% dos inquéritos de homicídio”, como lembrou Rachel Sheherazade em seu polêmico comentário sobre o caso dos justiceiros, e “97% dos assassinos estão soltos no Brasil”, como comentou Alexandre Garcia. Ou seja: o número de assassinatos aumenta, em primeiro lugar, por um motivo muito simples: os assassinos não estão e nem vão parar na cadeia! É preciso prender os assassinos, não soltar ou facilitar a vida dos outros criminosos, como naturalmente quer o socialista Freixo. Com toda a esquerda há décadas legitimando moralmente os crimes – e o governo do PT, parceiro do narcotráfico continental -, é evidente que o Brasil é um dos países com o maior número de criminosos no mundo. Prisão não é um mau negócio. Mau negócio é o PSOL.

ANÁLISE COMPLETA – AQUI.

Leia aqui no blog também:

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Vamos comparar Rachel Sheherazade e Francisco Bosco, em homenagem ao PSOL e ao Sindicato dos Jornalistas
Quando o socialismo do PSOL leva uma cidade ao caos, a Tropa de Elite de Marcelo Freixo é Anthony Garotinho
Programa do PSOL: “Basta de hospitais para ricos e hospitais para pobres!” O que isto significa na prática?

2.

Da reportagem “Adolescente preso a poste comandou surra em abrigo“, de Leslie Leitão:

“Registros da Polícia Civil aos quais o site de VEJA teve acesso mostram que a vítima da gangue, apenas cinco dias antes, tinha comandado uma surra contra outro menor, um colega do abrigo Central Carioca, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. Ou seja, decidiu, por conta própria, uma punição a alguém que estava em desvantagem – exatamente como fizeram os homens que o perseguiram.”

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3.

Fica a pergunta:

E se o “marginalzinho” do poste tivesse, antes, maltratado um beagle?…

4.

Pergunta 2: E se o beagle fosse gay?

5.

Quando o MST amarrou 3 policiais no postinho, ninguém falou nada. [Assista ao vídeo aqui]. O MST pode? Se o refém é policial pode? Se deixar de roupa pode?…

MST amarra policiais

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Castros e Guevaras, pioneiros no assunto, também podem. Vai ver, se for em árvore, o crime é “sustentável”…

Castro amarra árvore
[Mais de 1.400 compartilhamentos no Facebook.]

6.

Há uma foto circulando na rede de outro suposto bandido amarrado nu, dessa vez em Botafogo, em frente à IBM, o que teria acontecido nesta sexta-feira, mas, na verdade, aconteceu em 2010. De todo modo, se começar a pipocar bandido amarrado nu pelo Rio, o maior perigo é que a turma do PSOL organize um protesto nudista em solidariedade também.

7.

Justiceiros, milicianos, gangues, quadrilhas… Conceitos que andam se embolando por aí. É fácil reprovar a ação dos primeiros em tese, tendo em mente o histórico prático dos demais. Difícil é analisar o caso concreto dos contra-ataques justiceiros na ocasião em que surgem, possivelmente sem ambição alguma dos participantes de exercerem um poder maior que o de expulsar bandidos da região em que vivem suas famílias. Como posso dizer que nada justifica um ataque a bandidos? Nada justifica em condições normais, quando os bandidos são presos se cometem crimes. Mas e se não são? E se ficam soltos cometendo crime atrás de crime? Se a lei e a militância esquerdista protege os bandidos, sobretudo os menores de idade, quem impede os bandidos de cometer novos crimes contra nós?

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Então somos obrigados a esperar pelo crime daqueles que já deveriam estar presos por outros crimes. Esperar desarmados, como eles querem. E não: eu não estou dizendo que os justiceiros do Flamengo agiram bem, embora deva constatar que um bandido deixado amarrado é uma encomenda para a polícia. Estou dizendo é que é muito bonito isso de dizer que atacar bandidos (porque é isso que está por trás da palavra “justiceiros”, correto?) é algo que jamais deve ser feito em hipótese alguma. Muito bonito para quem julga que morrer, fugir ou esperar ser atacado enquanto se tenta consertar o país por outras vias mais civilizadas são gestos mais nobres do que contra-atacar espontânea e pontualmente durante o processo. Não faço ideia de qual seria o grau de insegurança urbana em que eu legitimaria ataques – que, neste caso, se confundem com defesas -, mas chega um ponto em que atacar (defender?) se torna uma questão de sobrevivência.

Talvez tenha chegado, chegue ou chegará este ponto no Rio de Janeiro e no resto do Brasil. E é preciso evitá-lo ou conter suas consequências, é claro. Só não venham me dizer que este ponto não existe, como se a paz fosse sempre alcançada sem guerra.

[Leia também a minha crônica: A tranca na garganta.]

8.

Da série “Retratos do Brasil” (que ainda vai virar filme, hein…):

Quem não tem tranca caça com corda.

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Soldador amarra ladrão

“O soldador William Silva viveu uma situação inusitada em Ceilândia, no Distrito Federal, nesta semana: após esperar duas horas pela Polícia Militar e não receber socorro, ele amarrou o rapaz que surpreendeu tentando furtar seu carro e o levou para a delegacia. Enquanto registrava o boletim de ocorrência, outro homem invadiu a casa dele e furtou o tubo de oxigênio que ele usava para consertar geladeiras, no valor de R$ 1,7 mil. Dias depois, ele encontrou o segundo ladrão e também o levou amarrado à polícia. (…)”

Vale a pena ler a reportagem completa no G1, para ver que beleza o possível descaso policial – e para rir mais um pouco também.

[Episódio anterior – aqui.]

9.

Pensamento do dia, em homenagem a Marcelo Freixo:

Quanto menos prisões, mais postes.

10.

Thiago Silva encontrou nos EUA os limites que não tem.

Justiça americana mantém Thiago Silva encarcerado até o julgamento
Dana White anuncia: ‘Thiago Silva nunca mais voltará a lutar no UFC’

11.

ISTO, SIM, É UMA MANIFESTAÇÃO PACÍFICA. Isto, sim, é um protesto digno do nome. Isto, sim, dá quase orgulho de ser brasileiro. É a inteligência, a ironia, o senso de humor a serviço da crítica. Coisa de gente civilizada, que realmente luta por um país melhor. Parabéns aos cidadãos que debocharam do governador Agnelo Queiroz (PT). Esses, sim, me representam.

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Felipe Moura Brasil – https://beta-develop.veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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