Coreia do Sul repatria, amanhã, trabalhadores detidos em operação nos EUA
Mais de 300 cidadãos foram detidos em um canteiro de obras na Geórgia durante operação migratória dos EUA

Um avião fretado pela Korean Air deve decolar, amanhã, para levar de volta à Coreia do Sul mais de 300 cidadãos do país detidos durante a maior operação de imigração já realizada em um único local pelos Estados Unidos. A ação ocorreu em um canteiro de obras na Geórgia, administrado por empresas coreanas. No local, está sendo construído uma fábrica de baterias fruto de parceria entre a Hyundai Motor Group e a LG Energy Solution.
O presidente Lee Jae Myung manifestou forte preocupação com o episódio e afirmou sentir “grande responsabilidade pela segurança dos cidadãos sul-coreanos”. Ele determinou que os ministérios envolvidos tratem o caso com máxima atenção.
“Desejo expressar minha sincera solidariedade àqueles que devem ter ficado profundamente perturbados com o incidente repentino”, disse o presidente em uma reunião de gabinete em seu escritório em Yongsan-gu, Seul.
O presidente acrescentou ainda que espera que incidentes semelhantes não se repitam, prometendo trabalhar com Washington em melhorias institucionais para evitar casos semelhantes:
“Peço que as negociações gerem progressos tangíveis em um espírito de confiança e aliança”.
A Korean Air deve enviar um Boeing 747-8i para realizar a operação de repatriação. A aeronave partirá do Aeroporto de Incheon, na Coreia do Sul, rumo a Atlanta, nos Estados Unidos, de onde deve decolar de volta ao menos na noite de quarta-feira. Com capacidade para 368 passageiros, o avião será utilizado para transportar os mais de 300 cidadãos sul-coreanos detidos, que serão levados por via terrestre de um centro de imigração em Folkston, na Geórgia, até o aeroporto.
O voo fretado foi organizado depois que autoridades de imigração dos Estados Unidos detiveram, na última quinta-feira, 475 trabalhadores em uma fábrica de baterias em construção na Geórgia, resultado de uma parceria entre a Hyundai Motor Group e a LG Energy Solution. As autoridades dos Estados Unidos informaram que os trabalhadores detidos descumpriram os termos de seus vistos, que não permitem exercer atividade remunerada. Muitos ingressaram no país com vistos B-1, voltados a viagens de negócios de curta duração, ou por meio do Sistema Eletrônico de Autorização de Viagem (ESTA), ambos sem autorização para trabalho, diferentemente dos vistos H-1B, L-1 e E-2.
Na segunda-feira, o cônsul-geral da Coreia em Washington, Cho Ki-joong, e outros representantes consulares visitaram os detidos no centro de imigração. Eles trataram da saída voluntária e dos procedimentos necessários para emissão de números de registro de estrangeiro a cada cidadão.
“Foi firmado um acordo com o ICE para a realização de um voo fretado destinado aos nossos cidadãos atualmente detidos, por meio do mecanismo de partida voluntária”, afirmou um funcionário consular em mensagem a representantes do setor empresarial.