Poucos esportes são capazes de proporcionar cenas tão esteticamente opostas quanto o ciclismo mountain bike. Presente no programa olímpico desde Atlanta-1996, o popular MTB é disputado em pistas montadas entre paisagens deslumbrantes, numa afinada tabelinha entre esporte e natureza. Nos Jogos de Tóquio, os 4 quilômetros do circuito de Izu têm suas trilhas de terra e descidas íngremes vigiadas pela imensidão do Monte Fuji, principal cartão-postal do Japão. Um espetáculo, portanto, especialmente para os telespectadores que, mesmo que não entendam bulhufas sobre a modalidade, podem desfrutar da busca pelo limite, o esforço desmedido partindo das panturrilhas dos atletas, dos mais variados ângulos, e com o melhor cenário de fundo possível. No entanto, basta um momento de infelicidade, o imponderável, uma inconveniente pedra no meio do caminho, para que a coisa fique feia, bem feia. Nesta segunda-feira, 26, o holandês Mathieu Van der Poel, um ídolo em seu país e um dos favoritos ao título, deu adeus ao sonho do pódio logo na primeira volta, ao capotar em um chocante acidente que o levou ao hospital. Nas redes sociais, curando as feridas, o ciclista protestou contra a organização, dizendo que naquele trecho havia uma rampa durante o reconhecimento do percurso. Não teve jeito. No meio do caminho, tinha uma pedra – mas como sempre haverá Paris, Van der Poel, de 26 anos, deverá ter sua chance de revanche nos Jogos de 2024.
Ik was niet op de hoogte, die plank lag er tijdens de verkenning wel. Enkel meegekregen dat hij op het testevent was weggehaald pic.twitter.com/0kf3PFg7OU
— Mathieu Van der Poel (@mathieuvdpoel) July 26, 2021