Há duas hipóteses conservadoras para explicar o que pode ter ocorrido em alto mar e causado o maior desastre ambiental em extensão do litoral brasileiro. É o que explicou Erik Cunha, da OceanPact, empresa brasileira de navegação especializada no gerenciamento e resposta a emergências em áreas costeiras e offshore.
Em uma delas, a menos catastrófica, o derramamento teria acontecido durante uma transferência clandestina de óleo entre dois navios. Nesse caso, a quantidade que vazou pode ser equivalente à que já foi identificada, ou muito mais do que chegou à costa — ainda não há como saber quanto aparecerá. Também não é possível saber, neste caso, quando o derramamento teria sido interrompido.
A outra possibilidade trabalha com a ideia de uma danificação no tanque de resíduo de um navio petroleiro. A capacidade de um tanque do tipo é de cerca de 3.000 toneladas de óleo. Em contato com a água, o material entra em um processo de emulsificação e aumenta o seu volume em até 4 a 5 vezes. Ou seja, pode chegar a 15.000 toneladas.
Com todos os esforços ao longo do litoral nordestino para a remoção das manchas de petróleo das praias, entre 300 a 400 toneladas foram coletadas. Contudo, há areia junto com o material — estima-se que a mistura seja 50% de cada substância, óleo e areia.
Portanto, ao considerar a hipótese de um vazamento de tanque de resíduos de um navio, a quantidade recolhida até o momento não chega a 10% do que pode ter sido derramado.
Há outras possibilidades sendo investigadas: lavagem de tanques; um problema de segurança que forçou o lançamento de carga ao mar para evitar um naufrágio; um defeito no separador de água e óleo que lançou a substância ao mar “sem querer”; ou naufrágio não reportado de navio clandestino.
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