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Isabela Boscov

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John Wick – Um Novo Dia para Matar

Keanu, o herói do gun fu, volta e arrasa. E, aleluia!, deixa um belíssimo gancho para o terceiro episódio

Por Isabela Boscov Atualizado em 27 jun 2017, 16h12 - Publicado em 17 fev 2017, 15h40

O primeiro filme já era um arraso. Em De Volta ao Jogo, de 2014, o filho mimado de um gângster russo matava o cachorrinho de um sujeito qualquer e roubava seu carro, um Mustang Mach 1 1969 com um ronco que era uma lindeza. E então descobria, da pior maneira possível, que o sujeito era, sim, alguém – era ninguém menos que John Wick, legendário na comunidade internacional de assassinos profissionais por ser mais assassino e mais profissional do que qualquer outro (a toda hora, alguém conta a história: um dia, ele matou três homens em um bar com um lápis). Wick sai da aposentadoria para vingar o cachorrinho, reaver o Mustang e protagonizar as mais assombrosas cenas de gun fu inventadas até então. Gun fu, caso você não saiba, são as lutas com armas de fogo que se inspiram nas coreografias e nos movimentos das artes marciais. A rigor, dá para localizar os primórdios do gun fu nos policiais rodados em Hong Kong nos anos 80 e 90, e também em Matrix. Mas, na pele de John Wick e impulsionado pelo diretor Chad Stahelski, que foi seu stuntman e treinador justamente em Matrix, Keanu Reeves eleva o gun fu a níveis extraordinários. O melhor: De Volta ao Jogo e esta continuação que acaba de entrar em cartaz, Um Novo Dia para Matar, são divertidíssimas, com uma queda deliciosa para o nonsense e o absurdismo. São também ultraviolentas, é verdade. Mas a violência é tão teatral, realçada e surrealmente copiosa que entra naquele território de Tarantino – é e não é.

John Wick 2
(Divulgação)

Digo isso porque eu, pessoalmente, não gosto de filmes em que o vingador comete violência com ódio ou crueldade, como O Protetor. Não estou julgando; mas é algo que em geral me faz sentir meio mal, e sei que há outros espectadores por aí que se sentem mal também. Já a violência de John Wick é meio game, meio James Bond; ele mata porque é tanta gente vindo para cima dele na tentativa de matá-lo que não há alternativa (e daí, depois de despachar todo mundo, ele faz uma piada ou então aquela cara de “bring it on” que é a especialidade de Keanu). E porque, claro, este é um filme de ação com a ambição de tornar as suas razões de ser – a própria ação, e o talento singular de Keanu para ela – mais sensacionais a cada etapa. Adoro pegar no pé de Keanu, porque convenhamos que como ator dramático ele tem limitações. Mas pego no pé dele só para demonstrar amor, porque a verdade é que adoro Keanu: ele tem carisma aos montes, tem muito humor, tem timing cômico e é um bailarino de ação de talento colossal. Além disso, é muito boa gente. Keanu é o tipo de pessoa que cede o assento no metrô para outros passageiros – é, antes de mais nada, o tipo de mega-astro que anda de metrô. Como não gostar de John Wick, então, se Keanu é John?

John Wick 2
(Divulgação)

O roteiro de Derek Kolstad para Um Novo Dia para Matar também é um achado, da premissa muito firme e concisa até o gancho fabuloso para o terceiro episódio. Não só John Wick volta ao Hotel Continental – onde todos os assassinos profissionais são primorosamente atendidos (pelo concièrge Lance Reddick e o dono Ian McShane, ambos maravilhosos), desde que se comportem direito e não matem ninguém –, como ele passa pelo Continentale de Roma, onde Franco Nero dirige tudo e o Sommelier (o ótimo Peter Serafinowicz, de A Espiã que Sabia de Menos) demonstra armas como quem recomenda vinhos. A sequência de abertura, em que Peter Stormare é o chefão gângster que quase se esconde embaixo da mesa enquanto ouve o estrago que John está fazendo no seu galpão (e que estrago espetacular!), é uma perfeição na arte de entrecortar pancadaria com humor. John e o rival vivido por Common dando tirinhos de esguelha um no outro no metrô? Genial. A certa altura, o vilão mimado interpretado por Riccardo Scamarcio (vilões mimados são uma constante na série) põe um contrato em cima da cabeça de John, e ele se vê perseguido por todos os assassinos profissionais de Nova York – praticamente a população inteira da cidade. O único que o ajuda, por um preço, é Laurence Fishburne – de forma que Neo e Morpheus se reencontram. Tudo bobagem, não há dúvida. Mas eu, pelo menos, não resisto a bobagem feita com tanto prazer, tanta competência e tanta imaginação. E não sei se já mencionei isso, mas – é com Keanu!

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Trailer

JOHN WICK – UM NOVO DIA PARA MATAR
(John Wick: Chapter 2)
Estados Unidos, 2017
Direção: Chad Stahelski
Com Keanu Reeves, Ian McShane, Riccardo Scamarcio, Lance Reddick, Common. Ruby Rose, Peter Serafinowicz, Claudia Gerini, Franco Nero, Laurence Fishburne, John Leguizamo, Peter Stormare, Luca Mosca
Distribuição: Paris Filmes

 

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