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“Jumanji: Bem-Vindo à Selva”: refilmagem ganha de dez do original

Espirituosa e bem costurada, aventura revela um ótimo par em Dwayne Johnson e a fofésima Karen Gillan

Por Isabela Boscov 3 jan 2018, 20h12
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  • Contra todas as probabilidades, Jumanji: Bem-Vindo à Selva é um filme muito mais divertido que o original que lhe serviu de base. É verdade que isso, em si, não seria lá grande elogio: estrelado por Robin Williams numa fase de absoluta falta de inspiração e apoiado muito mais nos efeitos especiais (tão adiantados à época que ainda hoje não fazem feio) do que em qualquer qualidade do roteiro ou da direção, o Jumanji de 1995 é chatinho que dói. Esta refilmagem, porém, é uma surpresa deliciosa: a ação é bem costurada, as piadas são espirituosas e quase sempre vêm na hora e do jeito certos, e as atuações são todas simpáticas – e olhe que os habitualmente estridentes Jack Black e Kevin Hart completam, com bastante graça, o elenco em que se destacam Dwayne Johnson e a fofésima Karen Gillan (que fez Nebula em Guardiões da Galáxia e Amy Pond em Doctor Who).

    “Jumanji: Bem-Vindo à Selva”
    (Sony Pictures/Divulgação)

    Os quatro atores interpretam os avatares de um grupo de adolescentes que, detidos depois da aula por mau comportamento, resolvem se divertir com um velho cartucho de videogame encontrado no depósito da escola. O cartucho, porém, é mágico, e  transporta o nerd, a menina estudiosa, a patricinha fútil e o atleta grandalhão para uma selva cheia de perigos, que está prestes a sucumbir a uma maldição iniciada por um vilão ganancioso (Bobby Cannavale, de Vinil, de novo exagerando na dose). O primeiro problema é que os avatares não combinam em nada com a personalidade de cada um deles; além de estar num lugar estranho, eles estão metidos em corpos estranhos, com os quais não sabem lidar (o que rende algumas tiradas ótimas). O segundo problema é que cada lugar desse mundo corresponde a uma fase do jogo; se não chegarem à última delas, eles não poderão voltar para suas vidas – e o piloto interpretado por Nick Jonas é um lembrete do que pode acontecer com quem se perde em Jumanji. O último problema é o maior deles: cada jogador tem apenas três vidas. Se desperdiçá-las todas…

    “Jumanji: Bem-Vindo à Selva”
    (Sony Pictures/Divulgação)

    Ou seja: é raro, mas há ocasiões em que uma refilmagem pode consertar tudo aquilo que não era tão bom assim. Não só a ideia de trocar o jogo de tabuleiro do original por um game é excelente, como essa nova lógica é aproveitada ao máximo pela direção de Jake Kasdan e sobretudo pelo roteiro. Esse vem com quatro assinaturas, e todas elas servem de recomendação: Chris McKenna e Erik Sommers trabalharam em Homem-Aranha: De Volta ao Lar, Scott Rosenberg fez a versão americana da série inglesa Life on Mars (sobre um sujeito que volta para os anos 70 na sua cidade) e Jeff Pinkner escreveu vários episódios de Alias, Lost e Fringe. Quanto cada um deles contribuiu para Jumanji: Bem-Vindo à Selva é um mistério, mas o fato é que a mistura deu certo.


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    Trailer

    JUMANJI: BEM-VINDO À SELVA
    (Jumanji: Welcome to the Jungle)
    Estados Unidos, 2017
    Direção: Jake Kasdan
    Com Dwayne Johnson, Karen Gillan, Jack Black, Kevin Hart, Nick Jonas, Bobby Cannavale, Alex Wolff, Morgan Turner, Ser’Darius Blain, Madison Iseman
    Distribuição: Sony Pictures
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