Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

A implosão da aliança PT-Centrão na Bahia

PT baiano rejeitou acerto de Lula e Wagner sobre sucessão no Estado. Vetou a entrega do poder ao vice do PP, do Centrão que apoia Bolsonaro

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 mar 2022, 14h55 - Publicado em 15 mar 2022, 14h33
  • Seguir materia Seguindo materia
  • No cemitério da política baiana jaz, muito a contragosto, a aliança entre o PT de Lula com o PP de Ciro Nogueira e Arthur Lira, líderes do Centrão.

    Teve treze anos de vida, sob tutela do senador e ex-governador Jaques Wagner em parceria com João Leal, vice-governador, ex-prefeito da cidade de Lauro de Freitas e dono do PP no Estado, quarto colégio eleitoral do país.

    Aos 76 anos, Leão não escondia a expectativa de encerrar a vida na política em dezembro, na cadeira de governador hoje ocupada por Rui Costa.

    Para Lula seria o melhor dos mundos. Líder absoluto em todas as pesquisas feitas na Bahia, reuniria o PSD do senador Otto Alencar e o PP de Leão, Nogueira e Lira. Além, é claro, de Wagner e do governador Rui Costa, ambos de reconhecida densidade eleitoral.

    Wagner era o predileto para a disputa, mas escolheu continuar senador até 2026. Desenhou com Lula uma conciliação: Otto Alencar deixaria o Senado para concorrer ao governo estadual; Rui Costa tentaria a vaga no Senado com grandes chances, e, o vice João Leão assumiria no entre abril e dezembro, encerrando a carreira como governador.

    Continua após a publicidade

    A cúpula se acertou, mas esqueceu um detalhe: combinar com a base petista e com os aliados locais do PSB, do PCdoB, do Avante e do Podemos. Quando souberam, se rebelaram contra o “caciquismo”, expressão mais suave que se ouviu.

    A construção virou ruína com o veto público a Leão, reputado como a face baiana do Centrão, esteio parlamentar de Jair Bolsonaro no Congresso. Rejeitaram entregar ao vice-governador todo poder sobre negócios do Estado, que, paradoxalmente, partilharam com ele nos últimos 13 anos.

    No condomínio do PT na Bahia, Leão detinha orçamentos, cargos, empresas estatais e contratos privados das secretarias de Planejamento, de Desenvolvimento Econômico e de Recursos Hídricos.

    Continua após a publicidade

    Wagner foi conversar com o vice na sexta-feira 4 de março. “Ele esteve na minha casa e confirmou todo o nosso acordo”, contou Leão, ontem. Três dias depois, escutou Wagner dizer a uma rádio baiana que não havia acordo nenhum. Não gostou: “Mudou a regra do jogo e fez isso sem discutir absolutamente nada conosco.”

    Sob pressão, Wagner e Lula convenceram Rui Costa a ficar até no fim no governo. Ele aceitou e nomeou Jerônimo Rodrigues, secretário de Educação, para disputar o governo estadual pelo PT, contra Antônio Carlos Magalhães Neto, ex-prefeito de Salvador e líder do partido União Brasil. Otto Alencar foi liberado para seguir na campanha de reeleição para o Senado.

    Sobrou Leão. Ele entrou num avião em Salvador e desembarcou em Brasília, na sala de Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil da Presidência. Estava acompanhado do filho que é deputado-federal, Carlos (Cacá), vice-líder do PP na Câmara.

    Continua após a publicidade

    Comunicou a decisão de romper a antiga aliança com o PT. Deu uma alegria a Bolsonaro, que tem pesadelos com aliados do Centrão associados a Lula no front nordestino. Ontem, implodiu tudo: “Acabou, houve quebra de confiança.”

    Leão correu para o abraço com o principal adversário do PT na Bahia, ACM Neto. Amanhã, talvez encontre Bolsonaro, que vai a Feira de Santana com o seu candidato ao governo estadual, João Roma, do partido Republicanos. Ministro da Cidadania, Roma corre risco de ficar isolado se não tiver apoio do PP de Leão.

    Para Bolsonaro, ver o PP rompido com o PT foi um bálsamo. Mas, como todo lenitivo, o efeito é temporário. ACM Neto conduz sua campanha para o governo estadual à semelhança de Lula na disputa presidencial — negocia tudo e com todos, inclusive com o PP de Leão, ao mesmo tempo. Já incorporou até a possibilidade do voto “LulaNeto”.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.