“Nós estamos agora para votar um projeto de lei no Congresso Nacional para reduzir o ICMS no máximo a 17%, que é o preço que o governo quer estabelecer. Parece bonito, parece bom, parece que o governo está preocupado com o povo brasileiro. Mas o aumento da gasolina ao preço internacional não foi feito com votação no Congresso, foi uma canetada do [ex-presidente da Petrobras no governo Michel Temer] Pedro Parente. Portanto, se foi uma canetada para aumentar o preço do combustível no Brasil ao preço internacional, também pode ser uma canetada para você tirar. O presidente [Jair Bolsonaro], se tivesse coragem, teria feito isso, mas ele quer jogar a culpa nos governadores. Veja o que vai acontecer [nos Estados e Municípios]. Ao mexer no ICMS, os municípios vão perder dinheiro e, com isso, a Educação vai perder dinheiro, a Saúde vai perder dinheiro. Quando [o governo] diz que vai fazer a compensação, depois de dezembro, quero saber quem vai arcar com a falta de arrecadação dos municípios, porque é onde o povo mora, quer educação, quer saúde, quer tranquilidade, rua asfaltada, segurança, luz elétrica, é lá que acontecem as coisas. E os municípios vão ser mais empobrecidos (…) Todos os presidentes da República deste país, civis e militares, brigaram para que o Brasil fosse autossuficiente em petróleo. Na hora que a gente conquista a autossuficiência, ao invés da gente ser soberano com nosso petróleo, ao invés da gente refinar 100% do nosso combustível e vender a preço de real, preço abrasileirado, porque a produção é em real, a gente se subordina às empresas que estão importando gasolina. O presidente, que deveria chamar o Conselho de Política Energética e dar uma canetada, ele fica trocando de presidente da Petrobras para dizer que está tomando atitude (…) Vocês vão ver que essa briga da redução do ICMS não vai resultar em queda [dos preços dos combustíveis] na bomba e no preço do gás [de cozinha].”
(Lula, ontem, a Gustavo Pimentel e Jefferson Rocha, da rádio Itatiaia Vale do Aço, de Minas Gerais)