Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

Eleitores avisam candidatos: estão insatisfeitos e cansados

44,3% dos eleitores acham “ruins” ou “péssimas” as opções de candidatos para 2022. Bolsonaro é rejeitado por 61,8%. Um terço se cansou da polarização

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jul 2021, 10h08 - Publicado em 6 jul 2021, 09h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Parte expressiva dos eleitores está claramente insatisfeita com o atual cardápio de opções de candidatos para as eleições presidenciais do ano que vem. E, também, cansada da contínua confusão política.

    Faltam 16 meses para o primeiro turno, parece distante, mas o tempo em política é relativo e a campanha acabou antecipada por Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

    Uma forma de aferir o ânimo do eleitorado em relação aos possíveis candidatos é o nível de rejeição a cada um deles.

    A pesquisa CNT/MDA, divulgada ontem, dá pistas consistentes sobre a disposição para o voto numa amostra de 2.002 pessoas entrevistadas presencialmente, entre quinta-feira e sábado passado, em 137 municípios de 25 Estados. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

    -
    (Pesquisa CNT/MDA, 1 a 3 de julho 2021/VEJA)

    Os resultados apurados não deixam dúvida: parcela significativa (44,3%) dos eleitores classifica como “ruins” ou “péssimas” as opções de candidatos disponíveis numa listagem composta pelo presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Lula, o governador paulista João Doria, e os ex-ministros Ciro Gomes, Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta.

    Continua após a publicidade

    LEIA TAMBÉM: Moro admite a apoiadores que pode disputar a Presidência em 2022

    Outros (maioria de 48,7%) aparentemente estão satisfeitos. Julgam que nessa meia dúzia de nomes listados existem “boas” e “ótimas” alternativas para votar em 2022. A qualificação “boas opções de candidatos” sobressai (41,4%).

    Nesse retrato atualizado da campanha, Bolsonaro se destaca como líder isolado em rejeição. Seis em cada dez eleitores afirmam que não votariam nele “de jeito nenhum”.

    -
    (Pesquisa CNT/MDA, 1 a 3 de julho 2021/VEJA)
    Continua após a publicidade

    É um caso inédito de presidente que, candidato à reeleição, enfrenta rejeição da ampla maioria do eleitorado (61,8%). Esse índice é similar ao de desaprovação (62,5%) do desemprenho do presidente no comando do governo sob a pandemia.

    Para um grande grupo (45,1%) o mais importante na disputa de 2022 é que Bolsonaro “não seja reeleito”. Sua base de eleitores fiéis é limitada (22,8%). Fica atrás do adversário Lula na preferência para o voto, hoje, quando o eleitor se vê obrigado à escolha num hipotético duelo eleitoral entre eles.

    -
    (Pesquisa CNT/MDA, 1 a 3 de julho 2021/VEJA)

    O ex-presidente também carrega o peso de uma elevada rejeição (44,5%). Nessa pesquisa, ela ficou 17 pontos percentuais inferior à de Bolsonaro. É significativa se observadas as condições peculiares do líder do PT.

    Continua após a publicidade

    Lula é o político brasileiro mais conhecido e longevo em campanhas presidenciais. É candidato permanente há 32 anos, desde a primeira eleição após a ditadura, em 1989. Se elegeu depois de três derrotas. Entrou e saiu da presidência com o mesmo nível de aprovação (mais de 80% nas pesquisas CNT/MDA) e ainda escolheu a sucessora, Dilma Rousseff. Está longe do poder há uma década, mas conserva o desgaste do protagonismo em casos recentes de corrupção (Mensalão e Petrobras).

    + Lula cresce

    O governador paulista João Doria é caso a parte, talvez mereça estudo em escolas de ciência política. Pouco conhecido fora das fronteiras de São Paulo, conseguiu consolidar a imagem de administrador eficiente na catástrofe pandêmica quando negociou, planejou e produziu uma vacina contra a Covid-19, a Coronavac. Venceu o negacionismo e as pressões financeiras do governo Bolsonaro.

    -
    (Pesquisa CNT/MDA, 1 a 3 de julho 2021/VEJA)
    Continua após a publicidade

    Foi o único potencial candidato a presidente a realizar essa proeza, mas ele não conseguiu conquistar a simpatia dos  eleitores. Pela pesquisa, hoje Doria enfrenta rejeição (57,9%) próxima do patamar de Bolsonaro, e bem acima de Lula.

    Ciro Gomes, Luiz Henrique Mandetta e Sergio Moro se igualam na percepção do eleitorado. A resistência ao ex-juiz da Lava Jato (56,7%) é pouco maior, em comparação a Mandetta (51,5%), seu antigo colega no ministério de Bolsonaro, e a Ciro (52,4%).

    -
    (Pesquisa CNT/MDA, 1 a 3 de julho 2021/VEJA)

    Ciro se destaca pela resiliência — dele e do eleitorado — numa longa carreira política. Já foi deputado, prefeito de Fortaleza e governador do Ceará, ministro da Fazenda no governo Itamar Franco e da Integração Nacional no governo Lula. Disputou a presidência por três vezes nos últimos 23 anos. Perdeu, mas avança na quarta tentativa. Metade do eleitorado diz que não votaria nele “de jeito nenhum”.

    Continua após a publicidade

    VEJA TAMBÉM: ‘Ciro Gomes está em um lugar que não é dele’, diz Gilberto Carvalho

    -
    (Pesquisa CNT/MDA, 1 a 3 de julho 2021/VEJA)

    Pesquisas são meras fotografias do estado de ânimo do eleitorado, sempre volátil. É possível prever, por exemplo, alguma melhoria na crítica situação de Bolsonaro como efeito da prorrogação do auxílio financeiro emergencial a três dezenas de milhões de pessoas pobres, sem perspectiva de ocupação na crise pandêmica e sob impacto de uma inflação crescente nos preços dos alimentos, que consomem 60% da renda nas famílias de baixa renda.

    -
    (Pesquisa CNT/MDA, 1 a 3 de julho 2021/VEJA)

    Os altos índices de rejeição dos candidatos, nessa virada de semestre, confirmam a tendência desenhada em outras sondagens nos últimos seis meses: há um grande vácuo no cardápio de opções para 2022.

    A mensagem do eleitorado mistura insatisfação com fadiga política. Quatro em cada dez eleitores simplesmente não se identificam com as alternativas que aí estão. E pelo menos um terço (30,1%) gostaria de ver alguém sem ligações com Bolsonaro ou com Lula vencendo as eleições do próximo ano. Se mostram cansados da confusão em moto perpétuo, que alguns chamam de polarização.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.