Os candidatos à presidência se ofendem num ritual de demonização do adversário, mas não conseguem mudar o humor dos eleitores: 76% dizem que se sentem satisfeitos com a vida que estão levando.
Os insatisfeitos são minoria (23%) — um terço deles integra famílias onde a renda chega no máxilulmo a um salário mínimo mensal (R$ 1.212).
É o que mostra pesquisa realizada pelo Ipec na semana passada, com duas mil entrevistas em 130 municípios. Os resultados apurados, no conjunto, permitem um breve passeio pela cabeça do eleitorado.
Aspecto interessante é o do processo de decisão de voto. No primeiro turno, quase metade definiu seu candidato a partir de conversas com a família (49%) e da análise do desempenho dele em debates eleitorais (47%).
No dia da eleição, oito de cada dez saíram de casa decididos a votar a favor de um candidato porque, realmente, acreditaram e gostaram do escolhido.
Parcela minoritária (15%) diz ter ido às urnas motivada pela rejeição. Votou para impedir que um candidato tivesse desempenho melhor do que o seu preferido. Esse tipo de atitude ficou mais evidente entre eleitores do Sudeste (19%).
Nove de cada dez já escolheram em quem pretendem votar na rodada final, no domingo 30. Independente da intenção de voto de cada um, a expectativa majoritária (55%) é a de que Lula deve vencer a disputa presidencial. É notável, porém, a dissonância do eleitorado da região Sul: ali, a prevalece a aposta (47%) na vitória de Bolsonaro.
Ontem, o Ipec divulgou uma atualização da pesquisa. Ela confirma a estabilidade nas intenções de voto numa eleição apertada com favoritismo de Lula (50%) em relação a Jair Bolsonaro (43%).