Governo e Congresso mantêm impasse sobre aumento de impostos
Todos sabem o que é preciso. Mas, por enquanto, ninguém parece disposto a fazer o básico e necessário — negociar

O impasse continua. Presidentes da Câmara e do Senado, ministros e líderes do governo conversaram por duas horas na noite desta terça-feira (8/7), em Brasília, mas não conseguiram avançar num acordo sobre o equilíbrio das contas governamentais no próximo ano eleitoral.
Há três semanas, por ampla maioria, deputados e senadores anularam decretos de Lula com alterações nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras.
Argumentaram com a necessidade de corte de despesas públicas em lugar de novos aumentos de impostos.
O governo insiste em mudanças no IOF e seguindo a trilha de um partido aliado, o Psol, resolveu recorrer ao Supremo Tribunal Federal.
O STF evitou arbitrar, preferiu marcar para a próxima terça-feira (15/7) uma “audiência de conciliação”.
Governo e Congresso demonstram intransigência — no caso, sinônimo de incompetência —, ao transferir à Justiça a resolução de um impasse essencialmente político sobre a administração do orçamento público numa temporada eleitoral.
A reunião de ontem foi exemplar sobre a incapacidade do governo e do Congresso em conciliar equilíbrio político e racionalidade técnica na gestão das contas públicas.
Aparentemente, todos sabem o que é preciso. Mas, por enquanto, ninguém parece disposto a fazer o básico e necessário — negociar. Preferem usar o Judiciário, receita de antipolítica.