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José Casado

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Informação e análise

Imagem dos deputados federais já era ruim, agora está pior

Repúdio cresceu de maneira significativa por causa da desconexão dos parlamentares com expectativas do eleitorado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 out 2025, 08h00

Já era ruim, piorou — e muito. É recorde a degradação na imagem pública da Câmara dos Deputados, mostra pesquisa do instituto Ipespe com 2,5 mil entrevistas realizadas entre os dias 19 e 22 de setembro.

Sete em cada dez eleitores desaprovam a atuação dos 513 deputados federais. O repúdio cresceu de maneira significativa (sete pontos percentuais entre julho e setembro) a partir de dois eventos representativos da desconexão dos parlamentares, em campanha pela reeleição, com expectativas do eleitorado.

Em agosto, a Câmara se expôs na aceitação passiva de um motim promovido pelo grupo de extrema direita do Partido Liberal na defesa de interesses privados de Jair Bolsonaro. Entre outras coisas, pretendiam aprovar uma anistia para o ex-presidente antes mesmo do julgamento por tentativa de golpe de estado, do qual saiu condenado a 27 anos e três meses de prisão. Terminado o tumulto, fez-se um acordo interno para mitigar eventuais punições. E tudo deve acabar em pizza.

Em setembro, ampla maioria (67%) dos deputados resolveu legislar em causa própria ao aprovar mudança na Constituição para impedir investigação crimes, processo judicial e condenação de parlamentares federais e estaduais.

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O sentido de urgência sobre a PEC da Impunidade ganhou impulso na Câmara com o avanço da investigação sobre o orçamento secreto determinada pelo Supremo Tribunal Federal.

Já são quase cem deputados e senadores envolvidos em inquéritos, numa “gravíssima situação em que bilhões de reais do Orçamento da Nação tiveram origem e destino incertos e não sabidos”, como definiu em despacho o juiz Flavio Dino, do STF.

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O aumento na desaprovação aos deputados foi realçado pela relativa melhora na imagem dos senadores — dentro da margem de erro da pesquisa do Ipespe.

O Senado acompanhou as semanas de crise na Câmara sem agenda relevante, até que recebeu a PEC da Impunidade aprovada pelos deputados. Em uma semana enterrou o projeto, arquivado por consenso e sem votação em plenário.

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