Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

Lula quer liquidar aliança PT-PDT no Ceará para conter o ímpeto de Ciro

O problema do candidato do PT está na lâmina que o adversário do PDT exibe na campanha. A confusão cearense indica que algo mudou, para Lula e seu partido

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 nov 2021, 19h09 - Publicado em 2 nov 2021, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • É grande a confusão no PT do Ceará. Está abalada uma das mais antigas alianças políticas regionais: depois de 15 anos compartilhando o poder no Estado, o PT de Lula e o PDT de Ciro Gomes resolveram discutir a relação. Em público.

    O tom da discussão foi dado pelo secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, Francisco de Assis Diniz, num evento do PT em Crateús: “Ao lado do [Jair] Bolsonaro tem uns patifes, como o senhor Ciro Ferreira Gomes, que não tem moral. O Ciro, na lama onde está, quer nos arrastar para dentro dessa lama. Ele não vai conseguir fazer isso, porque nós caminhamos para voltar a governar este país.”

    Assis Diniz, um ex-sindicalista metalúrgico que ajudou a fundar a Central Única de Trabalhadores e presidiu o PT cearense, apenas reflete a posição de Lula, que está empenhado em levar o partido a romper a aliança com o PDT de Ciro Gomes.

    Lula acha que o PT tem força suficiente para disputar o governo estadual com o PDT. Animou os deputados federais José Airton Cirilo e Luizianne Lins com a ideia de uma “chapa pura”.

    Cirilo tentou se eleger governador por duas vezes (em 1998 e 2002), e perdeu.

    Continua após a publicidade

    Luizianne se elegeu prefeita de Fortaleza (2004) contra a vontade expressa de Lula do então chefe da Casa Civil, José Dirceu.

    Às vésperas do primeiro turno, Dirceu foi a Fortaleza demonstrar “solidariedade” ao adversário de Lins, o candidato do PCdoB Inácio Arruda.

    Esse evento entrou para a história do partido, porque terminou com a divulgação de uma carta pública do PT renegando a própria candidata. Ela venceu, ficou oito anos na prefeitura, tentou voltar (em 2016) mas estacionou no terceiro lugar, com 15% dos votos.

    Continua após a publicidade

    Os deputados Luizianne e Cirilo e o secretário estadual Assis Diniz racharam o PT cearense, atraídos pela ideia de compor uma chapa abençoada por Lula.

    No lado oposto está outro deputado, José Guimarães, personagem-chave na coalizão comandada pelo petista Camilo Santana.

    Na divisão do governo com o PDT, Guimarães ficou com boa parte das secretarias destinadas ao PT. Santana cumpre o segundo mandato e planeja se eleger na única vaga disponível para o Senado em 2022.

    Continua após a publicidade

    Ambos não querem rompimento. Ao contrário, até planejam fortalecer os laços com o PDT no Estado.

    Para Lula, a longa aliança com o PDT cearense passou a ser um fator de incômodo. No Estado, ele detém folgada liderança, segundo pesquisas, com média de 20 pontos percentuais à frente de Bolsonaro e até 30 pontos na dianteira do ex-governador Ciro Gomes.

    A alternativa, propôs, seria uma composição com o MDB de Eunício Oliveira, ex-presidente do Senado, cuja batalha particular com Ciro Gomes se espraia pelas páginas de quatro dezenas de processos judiciais. Eunício tem um plano de vôo autônomo para 2022: se eleger deputado e, em fevereiro de 2023, disputar a presidência da Câmara.

    Continua após a publicidade

    O problema de Lula está na lâmina retórica que Ciro Gomes exibe como peça de campanha, com a ajuda do publicitário João Santana, cuja biografia atravessa a intimidade dos quase treze anos do PT no poder.

    O ex-governador do Ceará, quase diariamente, debita a eleição de Bolsonaro, em 2018, na conta da “corrupção do governo Lula” e da “incompetência do governo Dilma”, e “alerta para o risco que seria a reincidência no erro de Lula”.

    Em outros tempos, o chefe do PT ordenaria e os petistas cearenses imediatamente obedeceriam. Romperiam a aliança em retaliação, para reduzir o ímpeto do adversário na luta pela presidência. Mas a confusão em Fortaleza indica que algo mudou, para Lula e seu partido.

    A dificuldade de Lula, hoje, é que a maioria dos parlamentares petistas aprendeu a não depender da sua permanente candidatura presidencial para conseguir sobreviver nas urnas. E, no Ceará, muitos acham que ainda precisam da aliança com o PDT de Ciro Gomes para se manter no poder local, qualquer que seja o resultado da disputa nacional no próximo ano.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.