Partido político se tornou o melhor negócio do país. A Câmara confirmou, ontem, ao decidir triplicar o fundo público de financiamento de campanhas eleitorais.
Numa conta de padaria, 24 partidos devem receber R$ 5,7 bilhões para custear a eleição do próximo ano. Nas duas últimas obtiveram cerca de R$ 2 bilhões.
Na média, custavam R$ 83 milhões na eleição. Passam custar R$ 237, 5 milhões. Os donos das maiores bancadas vão ao dobro disso.
PSL e PT, por exemplo, devem saltar de R$ 200 milhões para R$ 600 milhões. Nenhum dos dois protestou na votação de ontem, realizada de forma “simbólica”, ou seja, sem registro dos nomes de quem vota.
Fora do período eleitoral, os 24 partidos dividem R$ 1 bilhão por ano, no chamado fundo partidário. Essa dinheirama dos cofres públicos é destinada a manter estruturas burocráticas cujos gastos têm pouca transparência e rarefeita fiscalização. Na média, dá R$ 41 milhões por ano para cada um, receita típica de empresa de médio porte.
No país sob pandemia, com 14 milhões de desempregados, não há notícia de pequena ou média empresa que tenha triplicado seu faturamento em escala suficiente para ingressar no clube das maiores empresas brasileiras. Talvez explique a fila de 78 novos partidos políticos à espera de registro na Justiça Eleitoral.