“[Estou] preso, ainda [em regime domiciliar]. Eu sou um dos últimos [políticos condenados na Operação Lava Jato]. O pessoal deixou pra mim a bronca. Eu não tenho dinheiro para pagar as multas, porque eu não roubei. Peguei dinheiro para fazer eleição, mas nunca peguei para mim, nunca encontraram uma conta no exterior, nem patrimônio meu, nada. E não fiz isso só no governo Lula, nem (no governo) Dilma, fiz no Sarney, FHC, Figueiredo, eu fiz em todos os governos. Arrecadava recurso para fazer eleição. Antigamente, a eleição era financiada pela iniciativa privada. Eu sempre fui contra o financiamento público de eleição porque acho absurdo. Você tira R$ 5 bilhões do orçamento do país, da Segurança, Saúde, Educação, e você vai pra eleição e perpetua quem está lá, porque os caras que têm mandato são os que têm dinheiro, e aí continuam os ricos fazendo campanha com dinheiro de caixa 2, e o dinheiro circulando. Se você não tiver dinheiro, não faz eleição (…) Por que um partido político quer nomear presidente do Banco do Brasil? Qual é o interesse do partido no presidente da Petrobras? No BNDES? Lá não dá emprego, você não faz nada disso, mas você faz favor a empresário. Empresário tira uma parte do que ele ganhou e dá a você para fazer política. Era feito assim (…) Eu vou pensar em fazer a anulação [da delação que fez incriminando Lula], sim.”
(Pedro Correa, ex-deputado federal pelo PP de Pernambuco, a Luiz Vassallo, do Estadão. Ele foi condenado a nove anos e cinco meses de prisão no caso Mensalão e, mais tarde, a 2o anos, sete meses e dez dias de reclusão no caso Petrolão, investigado pela Operação Lava Jato.)