Pela primeira vez, Supremo manda prender um ex-presidente
Decisão no caso Collor tende a influenciar o rito, o ritmo e o rumo do processo contra Bolsonaro

Pela primeira vez, o Supremo Tribunal Federal mandou prender um ex-presidente da República: Fernando Collor de Mello, 75 anos.
Ele foi condenado a oito anos e dez meses de cadeia por corrupção na Petrobras, num dos casos revelados na Operação Lava Jato. A ordem de prisão imediata é do juiz Alexandre de Moraes e deve ser referendada ainda hoje por outros dez juízes do STF.
A sentença é de maio de 2023 e se refere a por crimes cometidos enquanto estava no mandato de senador, entre 2009 e 2014. Na época, ele era reconhecido como aliado dos governos Lula e Dilma no Senado.
Em troca do apoio parlamentar aos governos do PT, Collor recebeu uma fatia da direção do grupo Petrobras, na subsidiária BR Distribuidora, com poder de decisão sobre contratos de construção de bases de distribuição de combustível na Baixada Fluminense e em áreas remotas da Amazônia.
Acusado de receber 20 milhões de reais em subornos de empreiteiras, acabou condenado por excesso de provas: parte do dinheiro foi rastreada em 369 operações de lavagem de dinheiro em contas bancárias pessoais e empresariais.
A decisão do Supremo no caso Collor tende a influenciar o rito, o ritmo e o rumo do processo contra um outro ex-presidente, Jair Bolsonaro, enredado numa trama de golpe de estado.