Prisão de Bolsonaro e Collor é evidência de fracasso político
Apenas nos últimos 7 anos o Brasil prendeu tantos ex-presidentes quanto nos primeiros 129 anos da República
O país acorda hoje com dois ex-presidentes aprisionados nas próprias residências. E, com eles, já são quatro ex-chefes de Estado presos desde 2018: Jair Bolsonaro, Fernando Collor, Michel Temer e Lula.
As prisões de Bolsonaro e Collor aconteceram num intervalo de apenas três meses.
Nos últimos sete anos o Brasil encarcerou tantos ex-presidentes quanto nos primeiros 129 anos de vida republicana.
Durante o século passado foram detidos: Hermes da Fonseca (1922); Washington Luís (1930); Arthur Bernardes (1932); e, Juscelino Kubitscheck (1968).
A prisão de quatro ex-presidentes nos últimos 84 meses é evidência de fracasso nacional. Alguma coisa está fora de ordem no sistema político brasileiro.
Deixou de ser funcional. Num exemplo, partidos não aceitam derrota no Congresso, recorrem à arbitragem do STF e, na sequência, reclamam da “judicialização” da agenda legislativa.
Uma tornozeleira atada à perna de Jair Bolsonaro, 70 anos, reporta em tempo real seus movimentos quarto-sala-jardim no condomínio Solar de Brasília, a vinte quilômetros da praça dos Três Poderes.
Outra algema eletrônica informa andanças de Fernando Collor, 75 anos, pelo apartamento de cobertura na orla de Ponta Verde, Maceió, a 1.900 quilômetros do Congresso.
Ambos estão inelegíveis, por decisão judicial. O Supremo Tribunal Federal fez do caso Collor um paradigma processual para o caso Bolsonaro.
Por enquanto, somente Collor está condenado à prisão: dez anos e oito meses por corrupção, por ter recebido 20 milhões de reais em propina para favorecer contratos da BR Distribuidora com a empreiteira UTC Engenharia, entre 2010 e 2014.
Bolsonaro vai a julgamento, provavelmente no mês que vem. É acusado de crimes contra a Constituição, incluindo tentativa de golpe de estado.
Encontrar alguém em Brasília que aposte na sua absolvição é raridade. Principalmente, no seu partido, o PL, onde o enredo do “martírio de Jair” no banco dos réus do STF é interpretado como prenúncio de bons negócios eleitorais em 2026.
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