Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

José Vicente

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Professor, advogado e militante do movimento negro, ele é o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, instituição pioneira de ensino no Brasil que ajudou a fundar em 2004.
Continua após publicidade

O Brasil está certo em agir na tentativa de solução da guerra em Gaza

O esforço merece aplausos, ao contrário da comparação infeliz da situação com a história do Holocausto

Por José Vicente
Atualizado em 9 Maio 2024, 10h06 - Publicado em 22 fev 2024, 15h44
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Na tradição de apagamento do negro da historiografia do Brasil e do mundo, pouco se tem falado e anotado sobre os quase 30 000 negros que arderam nas câmaras de gás e feneceram nos campos de concentração do nazismo, vitimados pelo mesmo ódio e pela mesma discriminação racial contra os judeus. Justamente por isso, nós, negros, repudiamos inapelavelmente qualquer atitude que possa vilipendiar o Holocausto, a memória de suas vítimas ou relativizar a ignominiosa e selvagem agressão. Tamanha violência e desumanidade não podem e não deve ser convocada para justificar ou legitimar sua repetição em qualquer dimensão sob qualquer fundamento, nem mesmo como expressão da retórica política. Por isso entendemos que o presidente Lula foi infeliz na sua argumentação e manuseou de forma indevida um símbolo cuja sacralidade precisa ser protegida e preservada. Isso é uma verdade.
    O ataque terrorista cruel e covarde do Hamas contra Israel, que deve ser denunciado, combatido e punido por Israel e todos os demais membros da ONU. Fato. Mas é verdade também que Israel está respondendo com uma ação totalmente desproporcional e que tem se traduzido em vingança e punição não apenas ao Hamas, mas a todo povo Palestino. Mulheres, crianças e idosos indefesos e desarmados têm sido violentados e mortos e injustificadamente. Habitações, moradias, escolas, hospitais, igrejas, fornecimento de água, energia, tudo indelevelmente aniquilado e destruído. Além da dor e sofrimento acresceu-se a realização de um êxodo forçado. A continuidade dos ataques aos aglomerados e a supressão da ajuda e da garantia dos direitos humanitários precisam ser denunciados. Uma coisa é combater o terrorismo. Outra coisa é, a pretexto de uma guerra justa em resposta a uma agressão absurda e injustificável, exagerar na dose, punindo por tabela milhares de inocentes palestinos.
    Contra essa dor e esse sofrimento insidioso e cruel, contra essa agressão insana e contra essa hostilização e violação permanente aos princípios da ONU, é obrigatório, exigível que todas as vozes se levantem, denunciem e exijam de forma severa e incondicional que a ONU e Israel definitivamente façam cessar essa agressão injusta e desumana.
    Somos uma nação forte livre e soberana e um potente ator geopolítico, com elevada capacidade de influenciar e colaborar na construção das escolhas e decisões da governança global. O racismo é crime no nosso país é principio da nossa condução nas relações internacionais determinado pela nossa constituição, assim como, a prevalência dos direitos humanos, a autodeterminação dos povos, a igualdade entre aos estados, a defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos.
    É dever do Brasil defender esses princípio e atuar de forma enérgica e contundente para fazer cessar quaisquer transgressões a estes fundamentos. Tornar isso uma prática é cumprir um principio ético e tornar efetiva uma obrigação internacional. É exercitar com autonomia, firmeza e propósito uma condição de liderança regional.
    Sob essa perspectiva, e com o reparo do equívoco do discurso na citação ao Holocausto, o esforço e a energia dispendida pelo Brasil e pelo Presidente Lula para debelar essa guerra injusta e buscar de forma incessante os caminhos para autonomia e criação definitiva de um estado para os Palestinos e a garantia da existência do Estado de Israel, deve ser elevado, respeitado e aplaudido dentro e fora do nosso país.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco
    Continua após publicidade

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Continua após publicidade

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Continua após publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.