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José Vicente

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Professor, advogado e militante do movimento negro, ele é o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, instituição pioneira de ensino no Brasil que ajudou a fundar em 2004.

O que fazer diante dos ataques de Trump às políticas de diversidade

A sociedade precisa reagir para evitar retrocessos

Por José Vicente
20 mar 2025, 12h22

Faça a diversidade grande novamente. Essa deve ser a atitude inarredável inegociável de todos aqueles que tenham compromisso com a construção da pátria livre, justa e solidária definida na Constituição. No Brasil, país de maioria negra é impossível pensar em igualdade e justiça sem que estes brasileiros estejam presentes de forma representativa e isonômica em todos os espaços sociais. E, principalmente, é impossível concretizar quaisquer dos objetivos de erradicação da pobreza, diminuição das desigualdades e promover o bem de todos sem distinção de qualquer natureza sem um combate vigoroso às exclusões, discriminações e cerceamentos dos acessos ao ambiente corporativo público e privado que marcam indelevelmente nossa experiencia histórica e nossa vida social. Sem isso, a liberdade tornaria prisão, a justiça alegoria e a solidariedade utopia inalcançável.

Para que essa realidade se torne possível é indispensável que governo e sociedade juntem forças na construção de meios e mecanismos potentes de valorização da diversidade, da equidade e da inclusão social, através de ações e medidas especiais e focadas no combate às causas fundantes dessa exclusão e dessa desigualização representadas pela discriminação de cor, raça, identidade de gênero, capacitismo e tantas outras como já previu, acolheu e regulamentou o próprio legislador. E, como já decidiu e sacramentou todas as instâncias da justiça.

Com isso, as ações afirmativas governamentais das cotas sociais e raciais nas universidades públicas, no serviço público e nos cargos comissionados, as cotas para pessoas portadoras de deficiência nas empresas e cotas para mulheres nos partidos políticas e órgãos colegiados de um lado, e ações públicas e privadas dos programas de estágios, trainees, cargos executivos e de conselhos para profissionais negros e lgbtqia+; os grupos de afinidades, os programas de metas de contratação e compra corporativa de empresas de minorias e as cláusulas contratuais antirracistas, de outro, têm significado um salto civilizatório na promoção e garantias dos direitos humanos e na possibilidade da competição justa e igualitária pelas oportunidades nos vários ambientes sociais e no mercado de trabalho, Ou seja, um fortalecimento permanente e destacado da valorização da diversidade, equidade e inclusão que, no brasil é criativa, inovadora e transformadora.

Por tudo isso, diferentemente do que propugna e defende a nova orientação de combate e destruição das políticas valorativas da diversidade, equidade e inclusão protagonizadas pelo governo de Donald Trump, que ganha escala nos Estados Unidos e ameaça aterrizar e produzir retrocessos no nosso país, aqui ela precisa ser prestigiada, celebrada, valorizada e protegida. Aqui ela precisa vir em primeiro lugar. A diversidade, equidade e a inclusão garantem igualdade de oportunidade nos acessos, garantem uma competição justa e isonômica, promovem mais produtividade, lucratividade e riqueza social e contribuem intensamente no alcance da realização individual e profissional dos indivíduos. Além, logicamente de contribuir para o fortalecimento do equilíbrio, da coesão e da harmonia social.

Por isso, a sociedade precisa reagir, as empresas precisam defender e o governo precisa motivar e estimular todos seguirem em frente sempre. Se Trump quer destruir essa valiosa conquista, devemos nos unir para criar, defender, garantir e tornar a diversidade, equidade e a inclusão grande novamente.

Diversidade, sim!

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