O câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum entre os homens, depois do câncer de pele do tipo não melanoma. Ele se desenvolve na próstata, uma glândula localizada abaixo da bexiga, responsável pela produção de parte do sêmen. Em muitos casos, a doença evolui de forma lenta e pode não apresentar sintomas, especialmente nas fases iniciais, o que torna os exames preventivos essenciais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, houve cerca de 1,4 milhão de novos casos e 375 mil mortes causadas pela doença globalmente. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estimou, em 2023, aproximadamente 71.730 novos casos de câncer de próstata. Esse número representa 29% dos cânceres que afetam os homens no país.
Os sintomas podem demorar para se manifestar, mas em geral, aparecem em forma de dificuldade para urinar, sangue ao urinar ou ejacular e, em estágios mais avançados, dor óssea e insuficiência renal.
A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para o sucesso do tratamento do câncer de próstata. Quando detectado em estágio inicial, a taxa de sucesso do tratamento é muito alta, podendo chegar a 90% ou mais. Exames preventivos regulares possibilitam identificar a doença antes de ela se manifestar com sintomas, o que geralmente indica que o câncer está em estágio mais avançado.
Os principais métodos de diagnóstico do câncer de próstata incluem: o toque retal, a dosagem sanguínea de um marcador tumoral (PSA), exames de imagem (ultrassonografia e ressonância magnética) e biópsia, caso os exames iniciais indiquem alguma alteração. Esse procedimento retira pequenas amostras de tecido prostático para análise laboratorial e confirmação do câncer.
O movimento Novembro Azul é uma campanha mundial criada para a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Durante o mês, organizações de saúde, ONGs e outras instituições promovem atividades para informar a população sobre a doença, encorajando os homens a realizarem seus exames preventivos.
Além de conscientizar, o Novembro Azul visa a combater o preconceito em relação ao toque retal, uma das principais formas de identificar alterações na próstata.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens sem histórico familiar de câncer de próstata iniciem os exames preventivos a partir dos 50 anos. Já para aqueles com fatores de risco, como histórico familiar da doença (pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos) ou homens negros, que possuem maior risco, o ideal é iniciar os exames a partir dos 45 anos.
Felizmente, dependendo do estágio em que a doença for descoberta, os tratamentos são extremamente eficazes e modernos. No entanto, se for descoberto tardiamente, ele pode se espalhar para outros órgãos e até levar à morte do paciente. Por isso, a importância de um acompanhamento médico adequado e a realização de exames periodicamente.
A escolha do tipo tratamento para câncer de próstata deve ser feita com um especialista. É comum a indicação de procedimentos cirúrgicos, inclusive robóticos, radioterapia e a prescrição de medicamentos.
Fatores de risco para câncer de próstata
As causas do câncer de próstata estão relacionadas com fatores genéticos, idade avançada e excesso de gordura corporal. Há também fatores ambientais que podem auxiliar no aparecimento da doença, como o fumo e exposição a produtos químicos. É imprescindível que os homens conversem com seus médicos sobre o risco de câncer de próstata antes mesmo de os primeiros sintomas aparecerem.
A melhor prevenção é o diagnóstico precoce. Por isso, é importante que os homens façam visitas regulares a seu médico, buscando orientações sobre a sua saúde e da sua próstata. Além disso, hábitos saudáveis, evitando o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabagismo, ajudam a reduzir a probabilidade de desenvolver a doença. A prática de exercícios físicos também é apontada como forma de manter uma vida saudável e evitar o risco de câncer.
Azul é para todos os meses no ano, não só em novembro!
* Renato de Ávila Kfouri é médico pediatra infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)