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Os homens precisam cuidar melhor da saúde, isso é um fato. Por esse motivo, todos os anos, as campanhas do Novembro Azul abordam a importância da prevenção e/ou diagnóstico precoce de doenças que atingem a saúde do homem, já que eles vivem em média 7,2 anos a menos que as mulheres1. Dentre as doenças que atingem os homens, o câncer de próstata merece destaque especial, pois se trata do tipo de tumor mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de pele não melanoma1. É estimado que a doença atinja mais de 65 mil homens em 20222.
Estamos falando de uma doença complexa, que na maioria das vezes é assintomática em estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores. Se não for diagnosticado e tratado no início, o tumor pode avançar para outras regiões do organismo, como ossos, fígado e pulmão e pode impactar fortemente a qualidade de vida do paciente.
A boa notícia é que a medicina vem avançando nos últimos anos, contribuindo para retardar a progressão da doença e garantindo que os pacientes com câncer avançado possam viver mais e melhor. Atualmente, por exemplo, pacientes com câncer de próstata avançado podem ser tratados com medicamentos orais, associados à maior flexibilidade para pacientes (e cuidadores), além de liberdade para manter sua rotina de vida.
Além disso, desde 2008, o Ministério da Saúde promove a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNSH), facilitando e ampliando o acesso aos serviços de saúde com qualidade para a população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar de existirem protocolos terapêuticos específicos, cada jornada é única e o tratamento precisa ser individualizado. Por isso, é tão necessário garantir o tratamento certo para o paciente certo, levando em conta a vivência do paciente, como a sua realidade social, raça, orientação sexual e identidade de gênero. A falta de acolhimento pode afastar as pessoas dos consultórios pelo medo de sofrer preconceito e de não terem suas necessidades atendidas. Sendo assim, uma equipe multiprofissional acolhedora e atenta a essas necessidades faz toda a diferença na jornada de tratamento.
Na prática, isso significa que é preciso estabelecer um diálogo aberto entre o médico e o paciente. Juntos eles devem definir a melhor estratégia de tratamento, levando em consideração fatores como: a rotina e prioridades pessoais do paciente; custos diretos e indiretos de determinado tratamento; interações entre os medicamentos prescritos; e as outras doenças que o paciente possa ter, pois além do câncer, muitos pacientes podem apresentar obesidade, doenças cardíacas, diabetes, entre outros. São fatores que, se não avaliados e manejados corretamente, podem impactar a resposta e adesão ao tratamento, assim como a qualidade de vida do paciente4.
A comunicação transparente é a chave para transformar a jornada do paciente com câncer de próstata. Afinal, saúde também é papo de homem.