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Cartilagem do joelho já pode ser recuperada com terapia regenerativa

Nova tecnologia permite regenerar o tecido com uma única aplicação e respaldo científico, mas acesso ainda é limitado no Brasil

Por Bernardo Paiva*
Atualizado em 23 jul 2025, 07h41 - Publicado em 23 jul 2025, 07h32

Você já ouviu dizer que a cartilagem não regenera? Por muito tempo, essa foi uma verdade aceita na medicina. No entanto, hoje sabemos que é possível recuperar esse tecido com eficácia e segurança. Ainda assim, muitos pacientes continuam presos a tratamentos paliativos, como infiltrações recorrentes, enquanto uma alternativa definitiva já está disponível, embora pouco acessível.

É nesse cenário que foi desenvolvido o CaReS-1S, um implante biológico de colágeno tipo I em hidrogel 3D que promove a regeneração da cartilagem hialina, o tipo mais nobre e funcional do corpo, presente nas articulações do joelho, patela e tornozelo. Ao contrário das abordagens tradicionais, que apenas aliviam a dor temporariamente, ess terapia busca restaurar a cartilagem de forma estrutural e duradoura, devolvendo mobilidade e qualidade de vida ao paciente.

Criado na Áustria e recém-chegado ao Brasil, o produto é respaldado por estudos internacionais e já possui registro na Anvisa. As publicações demonstram a recuperação completa da articulação, com manutenção dos resultados por mais de quatro anos. O tecido regenerado apresenta colágeno tipo II, essencial para a função articular, ausência de cicatrizes e ausência de colágeno tipo I, marcador de tecidos frágeis como a fibrose.

A tecnologia permite uma única aplicação cirúrgica, sem necessidade de culturas celulares ou múltiplas intervenções. Sua estrutura tridimensional, com até 6mm de espessura, favorece a fixação e a migração celular, criando um ambiente ideal para a regeneração. O procedimento é minimamente invasivo, com recuperação rápida e reabilitação precoce, geralmente com progressão para carga total entre quatro e seis semanas. As indicações abrangem lesões de até 8 cm², especialmente em fases iniciais da degeneração.

Por que, então, essa alternativa ainda não é amplamente oferecida pelos planos de saúde?

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O modelo de incorporação de novas tecnologias no Brasil é lento e reativo. Embora já existam análises econômicas demonstrando o melhor custo-benefício de matrizes acelulares 3D para lesões de cartilagem, prevenindo infiltrações frequentes, cirurgias repetidas e até próteses, os sistemas de saúde ainda resistem à inovação. Protocolos desatualizados e a priorização de soluções mais baratas a curto prazo dificultam o acesso dos pacientes a tecnologias com impacto clínico real.

Como cirurgião e pesquisador em medicina regenerativa, vejo diariamente o potencial transformador dessa solução. Lesões avançadas, como as de condromalácia patelar, comuns em mulheres acima dos 40 anos e atletas, deixam de ser uma sentença de dor crônica. Com o CaReS-1S, é possível interromper o ciclo degenerativo antes que atinja o osso subcondral e evolua para artrose irreversível.

Regenerar, e não apenas remediar, precisa ser o novo padrão de cuidado em saúde articular. A ciência já apontou um caminho. Agora, é hora de garantir que ele esteja ao alcance de todos.

* Bernardo Paiva é cirurgião com doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em medicina regenerativa

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