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Doenças inflamatórias intestinais: atente-se aos primeiros sinais

Diagnóstico precoce e cuidados com alimentação e dieta podem promover o controle inflamátório e melhorar a qualidade de vida

Por *Paula Chrystina Caetano de Almeida e Leite e Bruna Dell’acqua Cassão Rezende
Atualizado em 27 Maio 2024, 11h25 - Publicado em 27 Maio 2024, 10h38

Maio é o mês dedicado à conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais (DIIs) em todo o mundo, sendo dia 19, o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais. Ao longo do mês, referenciado com a cor roxa, diversas ações são realizadas por entidades médicas como a Sociedade Brasileira de Coloproctologia para chamar a atenção para os sintomas dessas doenças, promover a conscientização da sociedade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

As DIIs, representadas principalmente pela doença de Crohn e colite ulcerativa, são provocadas por uma desordem do sistema imunológico na qual as células de defesa agridem os órgãos, especialmente os intestinos, grosso (cólon) e delgado.

Embora as causas das DIIs não sejam ainda totalmente compreendidas, a desregulação do sistema imunológico, os fatores genéticos, as condições desfavoráveis da microbiota intestinal, a qualidade da dieta (pobre em fibras, rica em gorduras, álcool e alimentos industrializados), o sedentarismo, o tabagismo, o estresse e as infecções prévias desempenham um papel importante.

Estima-se que aproximadamente 5 milhões de pessoas em todo o mundo sejam afetadas pelas DIIs. No Brasil, a prevalência pode chegar a 100 casos para cada 100 mil habitantes. Existe uma concentração maior nas regiões mais urbanizadas como o Sudeste e Sul. O aumento de casos pode ter relação com a vida ocidentalizada, dieta e perfil genético dos pacientes. São doenças com um aumento progressivo nos últimos anos.

Sinais e Sintomas

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A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa compartilham sintomas em comum, como dor ou distensão abdominal, diarreias crônicas com presença de sangue ou muco, perda de peso, cansaço e anemia, mas cada pessoa traz a sua “bagagem” particular. Cerca de 15 a 30% dos pacientes podem desenvolver sintomas extraintestinais como alteração nos olhos, pele, articulações, ossos, rins, fígado e pulmão.

É importante ressaltar que podem surgir quadros graves de fístulas anais ou intestinais e até mesmo obstrução ou perfuração intestinal se as DIIs não forem tratadas adequadamente. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar a piora do quadro clínico e a necessidade de intervenções cirúrgicas.

Diagnóstico e Dieta

O diagnóstico é realizado por meio do quadro clínico, dos exames endoscópicos (endoscopia digestiva alta e colonoscopia), das biópsias das lesões e das alterações laboratoriais, além dos exames radiológicos (trânsito intestinal, enema opaco, tomografia ou ressonância).

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Apesar de ainda não haver uma cura definitiva, o tratamento permite o controle inflamatório, o alívio dos sintomas, a remissão da doença e melhor qualidade de vida. O tratamento das DIIs envolve uma equipe multidisciplinar, o uso regular de medicamentos, a realização de exames periodicamente, a mudança no hábito de vida, uma dieta saudável e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas.

A dieta é uma parte importante do tratamento. Deve-se evitar alimentos com alto grau de açúcar, enlatados e embutidos. A interrupção do tabagismo é fundamental assim como a realização de atividade física.

Alguns pacientes evoluem com complicações da doença como perfuração intestinal, fístulas, abscessos, estenoses, neoplasias e necessitam de tratamento cirúrgico. Sabidamente, vivemos tempos melhores graças aos avanços no conhecimento sobre as DIIs. Para essas pessoas, é fundamental o apoio emocional, o acompanhamento médico adequado, a compreensão da família, amigos e comunidade.

O Maio Roxo é uma excelente oportunidade para aumentar a conscientização sobre essas condições, espalhar as informações para toda a população, promover a educação sobre sintomas e tratamentos e apoio a tantas pessoas que vivem com DII.

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*Paula Chrystina Caetano de Almeida e Leite e Bruna Dell’acqua Cassão Rezende, membros da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP)

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