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Glaucoma: quando o diagnóstico tardio custa a visão

Doença, mais comum após os 40 anos, é silenciosa em seu início. Consultas oftalmológicas são cruciais para detectá-la e preservar a vista

Por Wilma Lelis Barboza*
16 jun 2025, 07h30

A ausência de sintomas na fase inicial, aliada à desinformação e à dificuldade de acesso a consultas oftalmológicas no Sistema Único de Saúde (SUS), ainda separa os pacientes com glaucoma do diagnóstico precoce. A demora, no entanto, aumenta a chance de perda da visão.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a doença a principal causa de cegueira irreversível no mundo, atingindo cerca de 2% da população, sobretudo após os 40 anos.

Por outro lado, o diagnóstico precoce garante qualidade de vida. Por isso, é fundamental encurtar o tempo entre a suspeita clínica e o início do tratamento. Quanto maior a espera, menores as chances de preservar a autonomia do paciente.

Além do impacto pessoal — emocional, social e econômico — o diagnóstico tardio representa custos elevados para o SUS e para o Brasil, por exigir tratamentos mais complexos e, muitas vezes, amparo social.

Atualmente, o SUS disponibiliza praticamente todos os tipos de colírios antiglaucomatosos, além de procedimentos cirúrgicos. O grande desafio, no entanto, está no acesso precoce, contínuo e uniforme aos serviços oftalmológicos.

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É preciso reconhecer que houve avanços importantes, como a instituição da política nacional de combate à cegueira por glaucoma, que garante a oferta gratuita de medicamentos. Essa política foi implantada em 2008, após recomendação do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Ainda assim, é necessário retomar a discussão sobre a inclusão do atendimento oftalmológico na Atenção Primária à Saúde. Acreditamos que essa medida aproximará os serviços oftalmológicos da população mais carente por meio de exames de rotina, ampliando o alcance do diagnóstico precoce. Com essa estratégia, a porta de entrada do tratamento poderá ser o posto de saúde do bairro, reduzindo a necessidade de deslocamento a centros especializados.

Em uma consulta de rotina, o paciente pode ter acesso à avaliação da acuidade visual, verificação da pressão intraocular e exame de fundo de olho — exames simples que permitem identificar os primeiros sinais da doença. A partir daí, é possível encaminhar os casos suspeitos para exames complementares e confirmar o diagnóstico.

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Com a confirmação, deve-se iniciar o acompanhamento clínico, com controle da pressão intraocular, uso de colírios adequados e, quando indicado, procedimentos a laser ou cirurgias. O paciente precisa entender a importância da continuidade do tratamento, mesmo na ausência de sintomas. O abandono pode levar à perda gradual e definitiva da visão.

Diante de tantos desafios, a inclusão da oftalmologia na Atenção Primária se apresenta como uma ação estratégica para o rastreamento em larga escala. Essa medida aumentará a capacidade do SUS de identificar precocemente os casos e iniciar o tratamento antes que o dano visual seja irreversível.

Além disso, campanhas de conscientização e incentivo à consulta oftalmológica anual são essenciais. O caminho para garantir saúde ocular em um país de dimensões continentais é longo, mas cada passo em direção ao diagnóstico precoce e ao cuidado contínuo vale a pena — especialmente quando o objetivo é proteger a visão e a qualidade de vida de milhões de brasileiros.

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* Wilma Lelis Barboza é oftalmologista e presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)

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