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Gordura no fígado: por que ela não pode ser ignorada

No dia internacional de combate ao problema, que já afeta 30% da população, médicas explicam a urgência de detectá-lo e controlá-lo

Por Claudia Oliveira e Cristiane Nogueira*
Atualizado em 13 jun 2024, 07h26 - Publicado em 13 jun 2024, 07h24

A esteatose hepática, conhecida vulgarmente como “gordura no fígado”, mais recentemente denominada pela sigla em inglês MASLD (de doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica), se caracteriza pelo depósito anormal de gordura nesse órgão em indivíduos com obesidade, diabetes do tipo 2, triglicérides e/ou colesterol altos, hipertensão e circunferência da cintura elevada e que não mantêm um consumo moderado ou exagerado de álcool – outra causa de danos hepáticos.

A condição foi identificada há mais de 30 anos, contudo tem sido discutida mais enfaticamente porque houve um aumento exponencial de diagnóstico nos últimos anos. Isso ocorre paralelamente ao aumento das duas epidemias do mundo contemporâneo, a de diabetes e a da obesidade.

Diretamente relacionada ao estilo de vida e a fatores genéticos, a esteatose hepática aumenta em todo o mundo, chegando a 30% na população adulta. É silenciosa e na maioria das vezes identificada durante exame de rotina como uma ultrassonografia do abdômen realizada por outro motivo.

Uma vez feito o diagnóstico de esteatose, é importante sua avaliação por um especialista que possa identificar se existe risco dessa gordura hepática estar causando inflamação ou algum grau de fibrose no fígado. As formas progressivas evoluem ao longo dos anos para cirrose hepática e suas complicações como câncer de fígado, a principal causa de transplante hepático no mundo.

No entanto, a notícia boa é que nem todas as pessoas com esteatose evoluirão para formas avançadas, mas isso só pode ser avaliado caso a caso, tornando-se fundamental o conhecimento sobre a doença e sobre a sua adequada investigação.

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Os principais grupos de risco para formas progressivas são pacientes mais velhos, a presença de diabetes, obesidade e história de cirrose na família, em geral de causa desconhecida.

A abordagem inicial consiste na avaliação de doenças associadas que predispõem à esteatose, exames de sangue e de imagem que consigam identificar com alguma precisão o estágio da doença e seu risco de progressão. Além disso, entender os hábitos de vida do paciente, como tipo de alimentação, quantidade de ingestão alcoólica e atividade física diária são fundamentais para o tratamento.

Praticar exercícios e procurar adotar uma alimentação saudável, pobre em alimentos ultraprocessados, melhora a lesão hepática e todos os fatores que acompanham a doença.

Ela deve ser tratada em todos os pacientes com modificação do estilo de vida de forma gradual e definitiva e, nos estágios mais avançados, podem ser adicionadas medicações que tenham alguma ação na redução da esteatose, inflamação e fibrose do fígado. A ingestão alcoólica também deve ser cuidadosa, evitando uma agressão adicional ao órgão.

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Finalmente, é importante ressaltar que a esteatose hepática está associada ao maior risco de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença renal crônica. Cuidar da esteatose diminui também o risco dessas complicações.

É fundamental que todos conheçam essa doença porque o diagnóstico e a intervenção precoces previnem sua evolução, ajudando na promoção da saúde como um todo.

* Claudia Oliveira é hepatologista e professora associada de medicina da USP (Universidade de São Paulo); Cristiane Villela Nogueira é hepatologista e professora titular de medicina da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ambas coordenam a Comissão de Estudos de MASLD da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH)

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