Hormônios: saiba como manter o equilíbrio dos mensageiros da vida
Entidades brasileiras e internacional alertam para a importância da prevenção e da atenção aos sintomas

No dia 24 de abril, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) se une a entidades científicas internacionais para ressaltar a importância dos hormônios na manutenção da saúde e bem-estar. Esses mensageiros químicos, produzidos por diversas glândulas do corpo, desempenham papéis fundamentais desde a concepção até a terceira idade, regulando funções vitais como crescimento, metabolismo, humor, reprodução, resposta ao estresse e a manutenção do equilíbrio interno do corpo. Como verdadeiros “carteiros”, os hormônios percorrem a corrente sanguínea, entregando sinais precisos a órgãos e tecidos para coordenar processos essenciais. Sem esse equilíbrio, o organismo sofre impactos que podem comprometer a qualidade de vida e levar a doenças graves.
Desde a vida intrauterina, os hormônios maternos e fetais orquestram o desenvolvimento do bebê, contribuindo para a formação dos órgãos e do sistema nervoso. Na infância e adolescência, os hormônios do crescimento e os sexuais impulsionam a maturação física e emocional, determinando características corporais e comportamentais. Já na fase adulta, essas substâncias continuam a desempenhar papéis essenciais na manutenção da fertilidade, da massa muscular, do metabolismo e da adaptação do corpo a desafios como o estresse. Entretanto, à medida que envelhecemos, ocorre um ajuste natural na produção hormonal. Algumas taxas diminuem, e o organismo precisa se adaptar a essas mudanças. Embora esse declínio seja parte do processo normal do envelhecimento, em certos casos, alterações hormonais podem sinalizar disfunções que exigem atenção médica especializada.
Quando a produção hormonal sofre alterações — seja por deficiência, excesso ou resistência à ação dos hormônios — doenças podem surgir. Distúrbios da tireoide, diabetes, obesidade, osteoporose e infertilidade são algumas das condições mais comuns. Além disso, existem mais de quatrocentas doenças endócrinas raras, muitas vezes subdiagnosticadas, que afetam milhões de pessoas no mundo. Diante de sintomas como fadiga persistente, ganho ou perda de peso sem explicação, sensibilidade ao frio, alterações no apetite, ressecamento da pele e dos cabelos, sede excessiva, ciclos menstruais irregulares e perda de libido, é fundamental procurar um especialista. O endocrinologista é o profissional capacitado para diagnosticar e tratar desequilíbrios hormonais, permitindo uma abordagem individualizada e eficaz.
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A manutenção de níveis hormonais adequados não depende apenas de tratamentos médicos. A adoção de hábitos saudáveis é essencial para preservar o equilíbrio do sistema endócrino. A SBEM enfatiza a importância de práticas como a atividade física regular, que ajuda a otimizar a função metabólica e hormonal, além de uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais como cálcio, vitamina D e iodo. O sono de qualidade também é um fator determinante para a regulação dos ciclos hormonais, assim como a redução do estresse excessivo, que pode afetar negativamente a produção de hormônios como o cortisol.
Outro fator relevante na busca pelo equilíbrio hormonal é a exposição a disruptores endócrinos, substâncias químicas presentes em plásticos, pesticidas, cosméticos e produtos de limpeza que podem interferir na função hormonal. Sempre que possível, optar por produtos livres desses compostos pode reduzir impactos nocivos à saúde.
Celebrar o Dia Mundial dos Hormônios em 24 de abril reforça a importância do conhecimento sobre o funcionamento do sistema endócrino e da consulta regular a especialistas. A saúde hormonal é um dos pilares da qualidade de vida e merece atenção em todas as fases da existência.
*Paulo Augusto Miranda, coordenador da Comissão Internacional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia