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Imunização nas escolas: solução para a queda das coberturas vacinais?

Crianças e adolescentes são ótimos agentes de saúde, pois propagam no ambiente familiar o que aprenderam na escola

Por Renato Kfouri*
19 jun 2025, 08h00

A vacinação realizada dentro das escolas não é nenhuma novidade em nosso país. Foi por meio de inúmeras ações de vacinação escolar que eliminamos a poliomielite, controlamos surtos de meningite e sarampo, além de alçarmos elevadas coberturas com a vacina HPV. Especialmente para a imunização de adolescentes, não há país sequer no mundo que não tenha obtido êxito sem a vacinação de base escolar.

Parece óbvio, que ao invés de esperarmos crianças e adolescentes nas unidades de saúde, levarmos a vacina aonde eles estão, tem sido o melhor instrumento. Neste ano, o Ministério da Saúde, por intermédio do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), iniciou uma ação de vacinação nas escolas públicas de 5.544 municípios de todas as regiões do país, integrando o Programa Saúde na Escola, uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação. O objetivo é atualizar a caderneta de vacinação de todos os estudantes, com foco nas crianças e adolescentes menores de 15 anos.

Uma ação necessária que visa a recuperar atrasos vacinais de crianças e colocar em dia a vacinação contra febre amarela, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), HPV, meningite e tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche).

Mas não se trata de uma tarefa de simples execução e que resolverá todos nosso problemas. Em termos operacionais, quem realiza a vacinação é o próprio município, que nem sempre está preparado para deslocar equipes para as unidades de ensino, desfalcando, muitas vezes, a própria unidade de saúde. Limitação de recursos, veículos e trabalhadores da saúde podem dificultar essa importante ação. São necessários apoio e incentivo para aquelas localidades com dificuldades.

Outro aspecto importante a ser considerado, é que a iniciativa não corrige nossa situação em relação aos menores de dois anos, idade que concentra a maior parte das vacinas na infância, já que, infelizmente, somente uma pequena parcela de nossa população está
inserida em uma unidade de ensino nessa idade no nosso país.

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A boa notícia, é que, neste ano, o Governo Federal conta com uma novidade: a Caderneta de Vacinação Digital. O documento permite aos familiares ou responsáveis monitorar todas as vacinas, conferir se está em dia com a imunização e acompanhar todas as informações das consultas e da saúde dos seus filhos. Segundo o Ministério da Saúde, a ferramenta também alertará quando for o momento da criança tomar uma nova vacina ou uma dose de reforço (para fazer o download da caderneta, basta acessar o aplicativo Meu SUS Digital).

As imunizações são uma política pública eficiente e eficaz que segue os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) de universalidade de acesso, integralidade da assistência, descentralização político-administrativa e equidade. Com isso busca promover a melhoria dos indicadores de saúde da população brasileira.

A vacinação é uma das medidas mais efetivas e de menor custo para prevenir a incidência de várias doenças e assim reduzir a mortalidade, sendo responsável pela redução significativa das doenças imunopreveníveis em todo o mundo.

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No entanto, nos últimos anos tem-se observado uma queda nas taxas de cobertura vacinal, o que resulta no acúmulo de contingente de pessoas não vacinadas ao longo dos anos. Tal situação aumenta a possibilidade de retorno de doenças imunopreveníveis e da ocorrência de surtos de doenças já controladas, como o sarampo e coqueluche.

A vacinação faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil no que se refere à Agenda 2030. Para o sucesso e o impacto dessa estratégia, faz-se necessária a adoção de políticas intersetoriais com vistas à promoção e à atenção à saúde bem como à prevenção das doenças evitáveis pela vacinação.

O Programa Saúde na Escola (PSE) promove a integração entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação (MEC) com o objetivo de promover estratégias que ajudem a comunidade escolar no enfrentamento de vulnerabilidades que possam comprometer a vida e o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens brasileiros.

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Um importante aspecto a ser considerado é que o programa traz ganhos geracionais ao incluir os jovens em um programa de educação em saúde no ambiente escolar, levando à compreensão dos estudantes sobre o reflexo de suas atitudes em sua própria saúde e na saúde coletiva.

Ainda mais: as crianças e os adolescentes são ótimos agentes de saúde, pois propagam no ambiente familiar o que aprenderam na escola.

*Renato Kfouri é pediatra infectologista, presidente da Câmara Técnica de Eliminação do Sarampo e da Rubéola, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

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