Recentemente, temos visto um aumento significativo nos casos de pessoas apostando em tratamentos de emagrecimento com uso de medicamentos. Porém, o que poucos sabem é que esse processo acelerado pode trazer consequências para a aparência do rosto.
A obesidade e suas comorbidades são um tema de atenção para a saúde pública. Hoje, de acordo com dados da Federação Mundial de Obesidade, no Brasil, mais de 20% da população se encontra com obesidade.
Desde o início dos anos 2000, a rápida perda de peso ganhou relevância com os avanços da cirurgia bariátrica. Porém, com a popularização de alguns medicamentos nos últimos meses, esse processo se tornou ainda mais frequente.
Embora o uso de determinadas substâncias seja eficaz para a rápida redução de peso, esse processo pode causar alterações significativas na face, que vão além da diminuição dos compartimentos de gordura. A pele seca ou sem viço, flacidez e aparência de rosto “caído” podem ser acompanhadas das mudanças na estrutura e equilíbrio facial.
De acordo com um estudo recente da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, os pacientes que usam medicamentos para emagrecer mais rápido podem parecer menos radiantes e até mais velhos do que a sua idade – aqueles que sofreram perda de peso maciça podem aparentar até cinco anos a mais.
Mas, por que isso acontece? Existem vários motivos. Entre eles, a perda de gordura que normalmente estica e acolchoa a pele, contribuindo para uma aparência jovem, além da perda de colágeno, elastina e nutrientes essenciais (como ácidos graxos), que impactam a qualidade da pele, definição e contorno facial.
Em ambas as situações, pode existir uma depleção de volume e aumento da flacidez. Diante desse contexto, surge um novo desafio para os profissionais de saúde: como conciliar a busca pela perda de peso e também preservar a aparência saudável do rosto?
Vale ressaltar a importância de profissionais estarem preparados para dialogar abertamente com seus pacientes sobre os possíveis impactos que a rápida perda de peso pode ter no rosto, e oferecer soluções personalizadas e seguras que contribuam para solucionar essas adversidades.
A partir desse desejo de recuperar a densidade e sustentação da pele e, ainda assim, manter a aparência esbelta da face emagrecida, a associação de procedimentos estéticos pode ajudar. Um dos tratamentos que está sendo mais indicado é o bioestimulador de colágeno, uma substância injetável, composta de ácido poli-L-láctico (PLLA), que estimula a produção natural de colágeno na pele. É uma opção segura e eficaz para quem deseja tratar a flacidez, além de melhorar a textura e firmeza da pele.
A boa notícia é que o mercado já oferece uma diversidade de bioestimuladores, cada qual trazendo uma inovação diferente para a categoria. Um deles, inclusive, apresenta tecnologia PLLA-SCATM5, um processo de fabricação que resulta em partículas de ácido poli-L-lático em formato de placas e não porosas, que degradam lentamente.
A vantagem de uma partícula não porosa está no fato de a porosidade estar diretamente relacionada à sua degradação, portanto, uma partícula não porosa possui degradação mais lenta e, consequentemente o bioestimulador apresentará resultados de longa duração.
Além disso, cabe ressaltar que o impacto do emagrecimento é variável e individual, e muitas vezes os pacientes precisam de tratamentos associados para a reestruturação facial, situação na qual os preenchedores de ácido hialurônico são muito bem-vindos. Em sua forma injetável, ele age de forma muito mais efetiva, já que proporciona um tratamento da pele de dentro para fora, apresentando resultados imediatos e duradouros.
Nos últimos anos, tivemos uma evolução muito grande no aumento do portfólio de diferentes géis de ácido hialurônico injetável. De acordo com a densidade do produto escolhido, conseguimos dar sustentação e volume a várias áreas, como maçãs do rosto, mandíbula, queixo e lábios, além de promover uma hidratação profunda da pele, com os chamados skinboosters.
Para qualquer que seja o tratamento definido entre profissional de saúde e paciente, é um privilégio ver como a medicina estética e regenerativa tem evoluído continuamente para atender diferentes demandas.
Cabe a nós, profissionais da saúde, orientar e oferecer as melhores soluções para que cada paciente alcance seus objetivos de forma segura e satisfatória, valorizando sua individualidade, a fim de melhorar sua qualidade de vida e promover uma relação positiva com o espelho.
* Fabio Saito é cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e diretor de educação médica da Galderma Brasil e Latam