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Ovários policísticos: entenda a doença que atinge milhões de mulheres

A Síndrome de Ovários Policísticos (SOP) atinge até 18% das mulheres em idade fértil. No Brasil são registrados cerca de 2 milhões de novos casos por ano

Por Claudia Cozer Kalil
28 jun 2018, 14h06
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  • A síndrome de ovários policísticos (SOP) é uma patologia endocrinológica caracterizada por um distúrbio hormonal com aumento dos hormônios masculinos nas mulheres jovens. Tem uma prevalência em torno de 5-18% da população feminina em idade fértil, sendo que dessas 50 – 70% têm resistência insulínica e frequentemente condições associadas a esse quadro como: obesidade, dislipidemia, alteração da glicose, hipertensão arterial e síndrome metabólica. Portanto, essa síndrome gera outros problemas de saúde, por isso ela é tão importante de ser reconhecida e tratada.

    Para ser diagnosticada é preciso que a paciente apresente dois ou três sintomas combinados: aumento do volume ovariano (ou microcistos), ausência ou irregularidade menstrual, ausência de ovulação, excesso de peso, aparecimento de acne, hirsutismo (excesso pelos no rosto, barriga e seios), queda de cabelo, resistência insulínica e problemas com fertilidade.

    A SOP é um distúrbio que causa num primeiro momento problemas na pele e dificulta a gravidez.

    Causas

    Embora sua etiologia ainda seja pouco esclarecida, há crescentes evidências que a resistência insulínica e hiperinsulinemia tenham um papel central no desequilíbrio hormonal e mudança no processo normal de ovulação.  Há indícios porém que haja também um fator genético envolvido.

    Dois fatos importantes ocorrem: maior produção de andrógenos pelos ovários (hormônio masculino) e a não eclosão dos óvulos, formando cistos. Esses níveis elevados de testosterona na mulher favorece aumento da lipogênese (acumulo de massa gorda) e maior acumulo na região abdominal, consequentemente piorando a resistência insulínica e ganho de peso. É intrínseca a relação entre quanto maior o hiperandrogenismo maior o ganho de peso e maior a resistência insulínica com piora de todo quadro clinico.

    Não há um consenso se a síndrome leva a obesidade ou o ganho de peso piora um quadro incipiente.

    Quando suspeitar SOP

    Moças jovens, em idade reprodutiva, com alterações dos ciclos menstruais, dificuldade em ovular e engravidar, ganho de peso, acne, pelos no rosto e seios (ocorre em 80% das mulheres com SOP), manchas escuras em axilas e no pescoço e oleosidade da pele podem ser sinais indicativos do quadro.

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    Os sintomas variam e nem sempre todos aparecem em uma mesma pessoa, por isso seu tratamento deve ser individualizado

    Riscos

    A SOP envolve resistência insulínica e hiperandrogenismo; esses dois fatores estão associados a um estado inflamatório subclínico a nível celular com aumento do risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e de doença cardiovascular. Esse mesmo quadro hiper inflamatório do organismo pode também afetar funções autoimunes e favorecer ao aparecimento de doenças tireoidianas, respiratórias, litíase biliar e cânceres.

    Entretanto, todos esses riscos ficam na dependência do grau de disfunção da paciente.

    Tratamento

    Para tratar a síndrome do ovário policístico e resistência insulínica é fundamental a perda de peso através da mudança no estilo de vida e atividade física. Reduções em torno de 5-10% do peso corpóreo têm grande impacto, melhorando a sensibilidade a insulina e reduzindo fatores de risco para doença cardiovascular.

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    As jovens obesas após redução do peso corpóreo têm diminuição do androgênio livre, diminuição da hiperinsulinemia melhorando assim a oleosidade da pele e ovulação. Em alguns casos, medicamentos sob orientação médica podem ser associados para reduzir a resistência insulínica e melhorar os sintomas, principalmente da acne e excesso de pelos corporais. Com o tratamento adequado, cerca de 50-80% das pacientes apresentam ovulação e 40-50% engravidam.

    Até o momento não foi descoberta a cura para SOP, entretanto com o controle dos sintomas é possível prevenir os problemas associados.

     

    Claudia Cozer Kalil

     

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