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Uma doença de pele com um impacto social imenso

Dermatite atópica afeta múltiplas esferas na vida dos pacientes, mas ciência avança para oferecer tratamentos melhores - inclusive na hidratação da pele

Por Alessandra Nogueira*
16 dez 2024, 11h00

A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é uma doença inflamatória crônica da pele que afeta pessoas de todas as idades. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge mais de 230 milhões de pessoas em todo o mundo e é considerada a doença inflamatória da pele mais comum.

Caracterizada por coceira intensa, ressecamento e lesões avermelhadas na pele que podem incomodar e liberar secreções, a dermatite atópica impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Esse impacto pode se dar de diferentes formas: interferindo no sono, nas atividades diárias e até no bem-estar emocional.

Por exemplo: um paciente com muita coceira tem noites mal dormidas, o que prejudica sua energia, foco e produtividade na escola ou trabalho. Se essas noites forem em sequência, o cansaço acumulado pode afetar a capacidade de tomar decisões, o desempenho em tarefas simples e aumentar a irritabilidade e o estresse. E isso não repercute apenas na vida dos pacientes, mas também em suas famílias, especialmente os pais ou cuidadores, porque a doença é frequentemente identificada na infância.

É fato: a dermatite atópica frequentemente se manifesta na infância, especialmente em suas formas mais graves, exigindo atenção constante dos responsáveis. O desgaste emocional e físico dos cuidadores também é significativo, já que eles precisam lidar com noites mal dormidas, crises intensas e a busca por alívio para os sintomas da criança. Diante desses aspectos, o cuidado adequado dessa condição requer uma abordagem multifacetada, com ênfase na hidratação da pele como um pilar importante no tratamento, uma vez que a dermatite atópica não tem cura.

Na prática, a doença está associada a uma disfunção do sistema imunológico, que resulta também na forma exagerada como a pele responde a estímulos ambientais, desencadeando inflamação e coceira. Essa condição frequentemente coexiste com outras doenças alérgicas, como rinite alérgica, asma e alergia alimentar, configurando o que se chama de “marcha atópica”.

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Ou seja, embora não haja uma relação direta entre essas condições, a predisposição genética para esses tipos de alergias pode contribuir para que elas se manifestem em paralelo no mesmo paciente. No caso da dermatite atópica, as lesões tendem a se apresentar tanto na face, quanto no corpo, em especial nas regiões do pescoço e dobras do joelho e cotovelo.

Fatores ambientais, como clima seco, baixa umidade do ar e exposição a alérgenos, como ácaros da poeira e pólen, podem desencadear ou agravar os sintomas da dermatite atópica. Hábitos de higiene também podem impactar. Banhos quentes e prolongados, uso excessivo de sabonetes e buchas podem remover a hidratação natural da pele, contribuindo para o ressecamento. Por isso, recomenda-se o uso de sabonetes suaves, sem fragrância, e banhos mornos e curtos, e muita hidratação.

De maneira mais didática, podemos entender que a pele de uma pessoa que não tem dermatite atópica age como uma barreira protetora contra agressores externos, como alérgenos e microrganismos. No caso de quem apresenta a condição, essa barreira encontra-se geneticamente comprometida, resultando em maior perda de água através da pele – ou desidratação -, o que aumenta a sensibilidade e a suscetibilidade a infecções.

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Portanto, a hidratação desempenha um papel crucial na restauração dessa barreira, reduzindo o ressecamento, a coceira e a inflamação. Ela faz parte essencial do tratamento.

A hidratação age como uma proteção essencial para a pele, criando uma camada que retém a umidade e evita o ressecamento. Pense na pele como uma parede de tijolos: as células são os tijolos, e os óleos naturais funcionam como o cimento que os mantém firmes. Em pessoas com dermatite atópica, essa parede apresenta “rachaduras” que permitem a saída de umidade e a entrada de substâncias irritantes. Por isso, o uso de hidratantes é fundamental para preencher essas falhas e restaurar a barreira da pele.

Hidratantes com ingredientes como filagrina e ceramidas ajudam a repor os lipídios naturais, formando uma camada protetora que mantém a umidade por mais tempo. Além disso, a hidratação adequada protege contra os efeitos da poluição, que podem intensificar os sintomas da dermatite.

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A escolha do hidratante ideal para a dermatite atópica depende das características da pele do paciente e da gravidade da doença. Em geral, recomenda-se o uso de hidratantes com formulações hipoalergênicas, sem fragrâncias e corantes, para minimizar o risco de irritação. As texturas também variam, desde loções leves até cremes mais densos.

Para peles muito secas e com lesões, os cremes densos são mais eficazes, pois formam uma barreira protetora que retém a umidade por mais tempo. Já as loções são mais adequadas para áreas com dobras cutâneas e pelos, como axilas e virilha, pois são mais fáceis de espalhar e absorver. Porém, em todos os casos, o importante é encontrar um hidratante que seja bem tolerado pela pele e que ajudará proporcione alívio dos sintomas.

A educação do paciente e de seus familiares sobre a dermatite atópica é crítica para o sucesso do tratamento. A compreensão da doença, dos fatores desencadeantes, dos cuidados com a pele e da importância da adesão ao tratamento contribui para o controle dos sintomas e para a melhoria da qualidade de vida.

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O suporte emocional também é relevante, especialmente para pacientes que enfrentam formas mais graves da doença. Por isso, o acompanhamento de um médico especialista permite a escolha do tratamento mais adequado, incluindo o uso de produtos específicos que atendam às necessidades da pele.

* Alessandra Nogueira é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD)

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