Genteeee, tô muda de surpresa diante do rigor do voto do relator João Pedro Gebran Neto, que acaba de propor o aumento da pena a que Sergio Moro condenou o ex-presidente Lula.
O que me faz refletir sobre a importância dos desembargadores no Brasil de hoje. Lembrei de igual rigor usado pelos juízes do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro agora, em novembro último, ao mandarem de volta pra cadeia três deputados estaduais soltos pela Assembleia Legislativa.
Extraio só um trecho, do juiz Paulo Espírito Santo: “Parecia um resgate, um resgate que eu via nos filmes de faroeste. Um resgate que eu via no final do século XV, antes da Revolução Francesa. Um resgate, foram resgatados. Sem nenhuma ordem judicial. Meu Deus do céu, como pode isso?” https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/desembargador-compara-soltura-de-picciani-albertassi-e-melo-a-resgate-de-filme-de-faroeste.ghtml
Hoje, a surpresa com João Pedro Gebran Neto, o relator do recurso do ex-presidente. Por mais que já tivéssemos informação sobre a carreira dele, o voto foi de cair o queixo.
Pra quem perdeu, o perfil dele e dos dois colegas que também votarão hoje estão aqui:
Quem são os três juízes que vão definir o futuro de Lula no TRF4
Diante desses exemplos do Rio e do Rio Grande do Sul, difícil não lembrar do que aconteceu neste fim de semana, no Palácio da Alvorada. Um dos interlocutores do presidente Temer, na luta pela nomeação da ministra do Trabalho, foi o desembargador: Hercules Fajoses, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Procurei saber mais sobre ele, já que do TRF que ele compõe vai depender também a revisão de sentenças em primeira instância de outros tantos acusados na Lava Jato, Lula inclusive, que é réu em dois processos no Distrito Federal.
E olha só o que encontro sobre o sr. Fajoses: “Então assessor jurídico de Temer, que trabalhou diretamente na Vice-Presidência e hoje ocupa o cargo de desembargador, Hercules Fajoses recebeu 160 mil reais como consultor da campanha de ex-presidente na área. Fajoses foi chefe da assessoria jurídica da Vice-Presidência, de abril de 2011 a maio de 2014, quando passou a prestar consultoria na campanha presidencial. Até junho de 2015, Fajoses foi advogado de Temer no TSE nas ações que propõem a impugnação da chapa com Dilma Rousseff.”
https://beta-develop.veja.abril.com.br/politica/campanha-de-dilma-pagou-assessores-de-temer-em-2014/
Não é eloquente?