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Não está apertado demais – conheça as vantagens do sling

Os carregadores ajudam a suprir a necessidade do bebê de contato sem tirar a liberdade dos pais para realizar outras tarefas

Por Fabiana Futema Atualizado em 5 out 2017, 11h42 - Publicado em 5 out 2017, 10h02

Mães precisam de braços livres para cuidar de tudo – filhos, trabalho, casa. Bebês precisam de colo, afeto, proteção. Os carregadores de pano, também conhecidos como slings, servem de facilitadores para a rotina de mães, pais e seus bebês.

Os bebês humanos são os que nascem mais dependentes do adulto. Ele precisa de um tempo para se adaptar ao mundo externo, principalmente no primeiro ano de vida, também chamado de exterogestação – período que pode chegar ao 9º ou 12º mês.

Para que se sinta seguro, recomenda-se que o bebê seja mantido junto ao corpo da mãe ou enrolado em panos, como os antigos charutinhos. Essa contenção física dá a ele sensação de conforto, a mesma que ele tinha quando estava dentro da barriga.

“Neste período de exterogestação, o bebê precisa ter o maior tempo possível de contato com um cuidador. Esse contato ajuda a estabilizar seus sistemas digestivo, respiratório, batimentos cardíacos, amamentação, ciclos de sono”, diz Elena de Regoyos, formadora de assessoras de babywearing no Brasil e Portugal e organizadora do Simpósio Brasileiro de Babywearing. “Esse contato ajuda a reduzir cólicas, reduz o risco de apneia, ajuda a dormir melhor.”

Segundo ela, os carregadores de pano trazem o benefício de ampliar o contato físico entre mãe e bebê sem tirar a liberdade para desenvolver outras tarefas.

“Conseguimos dar ao nosso bebê o que ele mais precisa, contato, e ainda temos as mãos livres para fazer outras coisas, como preparar um café da manhã (e comê-lo!), ler um livro, passear de mão dada com outro filho ou qualquer outra atividade que quisermos”, afirma Elena.

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Outro benefício, diz Elena, é que o bebê também participa da vida familiar da casa em local privilegiado: o colo dos pais. “Ele enxerga o mundo da altura da mãe ou o do pai, sentindo o cheirinho deles, em contato com os batimentos deles, em vez de ficar em um berço ou carrinho, estático, vendo apenas um teto do quarto ou um brinquedo pendurado.”

Apesar dessas vantagens, os adeptos dos carregadores de pano são costumeiramente alvejados por perguntas sobre a segurança e conforto do método: ‘esse pano não está apertado demais?’ ou ‘não faz mal para o bebê ficar desse jeito?’.

Para Elena, esse tipo de questionamento mostra como uma prática tão antiga foi se perdendo nas sociedades industrializadas. “Ela foi sendo reprimida, priorizaram-se práticas que permitissem à mãe se afastar e se desvincular do bebê o mais rapidamente possível para que voltasse a ser produtiva, como mamadeiras, chupetas, carrinhos, bercinho. Perdemos a transmissão cultural de carregar os nossos bebês.”

Modelos indicados

Segundo Elena, não há idade mínima para carregar um bebê em slings. “Se o bebê tem condições de ir ao colo, tem condições de usar um carregador, que nada mais é que um substituto para os braços dos pais.”

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Mas será que existe idade máxima para uma criança ser carregada em panos. É preciso que o carregador dê conta do peso da criança e que não tenha um tecido cortante. “Vai depender da necessidade de cada família”, afirma a especialista.

Para bebês que ainda não se sentam sem apoio, Elena recomenda que os pais utilizem slings de argolas ou wraps. “Dá para ajustá-los ao corpo do bebê e ao do cuidador, garantindo a sustentação necessária para não forçar as articulações e musculatura em desenvolvimento”, afirma Elena.

Quando o bebê já consegue se sentar sem apoio, ela diz que os pais podem utilizar outros carregadores. “Dá para carregar o bebê em praticamente qualquer tecido que cumpra os princípios da ergonomia. Dá até para adaptar um lençol, toalha de mesa ou echarpe em situações de necessidade”, afirma a especialista em babywearing.

A Semana Mundial de Babywearing é celebrada de 2 a 8 de outubro.

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Recomendações para carregar o bebê

  • Deixe os pezinhos para fora do tecido;
  • Respeite a abertura natural de pernas do bebê;
  • Não deixe o carregador frouxo nem apertado demais;
  • Coloque o bebê em posição verticalizada;
  • A parte ventral do bebê deve ficar em contato com o corpo do adulto;
  • Pernas do bebê devem ficar em M (joelhos mais altos que o bumbum)
  • Não carregue o bebê virado para frente;
  • Não realize tarefas que envolvem riscos enquanto carrega o bebê;

No vídeo abaixo, Elena ensina a usar um sling de argola com recém-nascido:

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