Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Conteúdo para assinantes

A revolução que baixará os juros

Inovações institucionais e a tecnologia ampliarão o crédito

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 4 jun 2024, 16h16 - Publicado em 10 Maio 2019, 07h00

Em 2018, o crédito ao setor privado nos Estados Unidos atingiu 29,3 trilhões de dólares. Os bancos representaram 38% desse total. Excluídos os títulos adquiridos de empresas, o porcentual cai para 20%. Lá, 80% do crédito nasce no mercado de capitais.

O sistema bancário americano compete com várias instituições financeiras que investem em títulos emitidos por empresas, em recebíveis e em outros instrumentos. São os investidores institucionais — fundos de investimento, seguradoras e fundos de pensão.

O crescimento dos investidores institucionais também tem ocorrido no Brasil. Eles já representam 70% da poupança financeira, segundo cálculos do economista Carlos Antonio Rocca. O mercado de capitais será, pois, a grande fonte de crédito do país.

Essa é uma das pontas de uma revolução. A outra é a Selic, a taxa básica do Banco Central, hoje em nível historicamente baixo (6,5%). Se a reforma da Previdência passar, o risco do país cairá. Será maior a confiança na economia. A Selic diminuirá.

Ademais, a criação da Taxa de Longo Prazo eliminou subsídios nas operações do BNDES e reduziu a segmentação do crédito, o que aumentará a potência da política monetária e permitirá o controle da inflação com uma Selic cada vez menor. Haverá redução das taxas de juros e do spread bancário.

Inovações institucionais e a tecnologia digital diminuem custos e assimetrias de informação. A duplicata eletrônica e o registro centralizado de direitos creditórios por empresas credenciadas pelo Banco Central reduzirão custos, riscos operacionais e fraudes. A oferta de crédito, mais segura, se ampliará.

Continua após a publicidade

A nova lei do cadastro positivo aumentará as informações. Agora, a adesão será obrigatória, a menos que os clientes se oponham. O processamento será feito também por birôs de crédito, embora leve tempo para que outras instituições acumulem a mesma quantidade de dados detida pelos bancos.

A avaliação de risco de crédito terá mais qualidade e será acessada por um crescente número de instituições, incluindo fintechs. Isso tende a resolver o maior desafio das startups financeiras, o de precificar corretamente seus riscos.

O BC acaba de dar o passo inicial para a implementação do Sistema Financeiro Aberto (Open Banking). A medida vai contribuir para reduzir os efeitos da concentração bancária. Com isso e com o uso de plataformas digitais, instituições de menor porte competirão em pé de igualdade com as grandes. Para a Serasa Experian, o crédito passará de 47% para 67% do PIB.

Nada disso virá da noite para o dia. Dependerá também da preservação da estabilidade macroeconômica e do aumento da taxa de recuperação de créditos, hoje de apenas 13% (62% nos países emergentes), dado o viés anticredor do Judiciário.

Continua após a publicidade

Essa revolução aumentará a concorrência entre bancos, reduzirá juros e ampliará o acesso ao crédito, inclusive via celular. Ganharão sobretudo as pequenas empresas e as pessoas de baixa renda.

Publicado em VEJA de 15 de maio de 2019, edição nº 2634

Continua após a publicidade
carta
Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
Continua após a publicidade
Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.