Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Governo busca viabilizar Renda Cidadã com calote

Proposta é que financiamento do novo programa seria feito com recursos dos precatórios -- créditos para pagamento de dívidas -- e do Fundeb

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 28 set 2020, 16h13 - Publicado em 28 set 2020, 15h22
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 28, protagonizada pelo governo e por líderes do Congresso, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) anunciou que o novo programa social, o Renda Cidadã, será viabilizado mediante redução da dotação orçamentária para pagamento de precatórios e pela destinação, ao programa, de 5% do Fundeb. Se os números do senador sobre precatórios estiverem certos, isso significará uma redução de 55 bilhões de reais para 16 bilhões de reais nos recursos destinados ao pagamento de precatórios em 2021. Ou seja, “apareceram” os 30 bilhões de reais necessários ao financiamento do programa.

    Se a proposta for aprovada, os credores do governo – pessoas físicas e jurídicas – pagarão o seu preço. Precatórios são créditos decorrentes de decisões judiciais que condenam o setor público a indenizar empresas e pessoas que sofrem perdas por ato do governo. Isso inclui processos com aposentadorias, pensões, reajuste de salários, custo de intervenções do Estado, indenizações por desapropriação inadequada de imóveis e assim por diante.

    Nos últimos anos, o Orçamento da União tem incluído regularmente dotações para ocorrer ao pagamento de precatórios. Atrasos existem em estados e municípios. Investidores nacionais e estrangeiros aplicaram bilhões de reais na aquisição desses créditos, na expectativa de que o governo honraria suas respectivas obrigações. Tudo indica que a decisão vai influenciar negativamente a confiança no país.

    Além disso, a medida não cancelaria as dotações orçamentárias atuais. Os precatórios seriam empurrados para frente. Haveria, na verdade, atraso na liberação e sua inscrição em “restos a pagar”. O passivo do governo continuaria o mesmo. Trata-se de uma pedalada fiscal prejudicial aos credores do governo, abrindo artificialmente espaço no Orçamento para financiar o Renda Cidadã. 

    Quanto ao Fundeb, mesmo que a proposta venha a ser aprovada pelo Congresso (o que parece difícil), a manobra é uma forma de contornar o teto de gastos, pois os desembolsos do Fundeb não estão sujeitos ao limite. 

    Continua após a publicidade

    Assim, o compromisso com o teto de gastos, anunciado com ênfase na entrevista coletiva, não passa de um artifício. O governo e o senador Bittar estão enviando péssimos sinais.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.