80 mil alunos: a ambiciosa meta que embala a ‘escola da direita’ do PL
Liderada por Rogério Marinho, empreitada é uma das frentes do partido, que almeja tornar-se representante da direita e ampliar número de mandatários

De olho nas eleições de 2026, o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, já se movimenta para tornar-se o símbolo da direita brasileira na tentativa de arrematar ainda mais espaço no Congresso, em cargos do Executivo e até mesmo retornar à Presidência da República.
Reportagem de VEJA desta semana mostra como a empreitada, capitaneada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), é formada por quatro grandes frentes.
Uma das apostas é a Academia Brasileira de Política Conservadora, plataforma que oferece cursos online e gratuitos para qualquer pessoa que se interesse por política. “O conteúdo define de que forma nós podemos nos posicionar com relação a assuntos que dizem respeito aos valores e ao programa que o PL defende”, diz Marinho.
Segundo o secretário-geral da legenda, a expectativa é que, nos próximos meses, haja uma turbinada no número de interessados nos temas oferecidos — hoje, são cerca de 8.000 inscritos. “O direito à propriedade, à vida, a família como cerne da estrutura da sociedade, um estado que sirva à sociedade, eficiente, moderno (…). Estamos entregando ao nosso militante, aos simpatizantes do Partido Liberal, os instrumentos e as ferramentas para que ele possa discutir com profundidade esses temas. A estimativa é que a plataforma chegue a 80.000 alunos”, calcula.
Apesar de ser liderada pelo PL, a Academia Brasileira de Política Conservadora não demanda que seus alunos sejam filiados à legenda — ou a qualquer outra sigla –, embora seja tida como uma estratégia de captação de futuros militantes.
“Fizemos uma série de parcerias, inclusive com streamings e outros fornecedores de conteúdo, para tornar a academia uma plataforma mais rica. Vamos pensar em trabalhar com a divulgação da internet, dar publicidade à Academia. Estamos buscando inclusive pessoas que escrevam a respeito de assuntos que nos interessa fazer no fórum, fóruns de debates, além dos cursos propriamente ditos”, diz Marinho.
A iniciativa da “escola de direita”, inclusive, anda de mãos dadas com outra frente que fecha o quadrado da força-tarefa do PL, que são os seminários de comunicação.
Apenas neste ano, foram dois grandes eventos — com a presença de Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os encontros reúnem profissionais, big techs e estrategistas para discutir o fortalecimento da “comunicação política de direita”. Na última edição, realizada no final de maio em Fortaleza, o seminário contou ainda com apresentação de cases de sucesso e alinhamento de diretrizes para uma atuação “mais integrada, estratégica e eficiente nas redes, na imprensa e nos territórios”.
“É importante que haja esse contato com o presidente Bolsonaro e, a partir dessa empatia natural, que possam continuar transmitindo o nosso conteúdo, e acessando as nossas plataformas”, explica Marinho.