Se a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro for apontada como a candidata do PL à Presidência da República em 2026 no lugar do marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível, a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, não seria nada fácil.
Levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 18 e 22 de março, contratada pelo partido PP, mostra que Lula teria 36% das intenções de voto, contra 30,9% de Michelle — como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, o petista estaria à frente da ex-primeira-dama, mas não por uma vantagem tão larga.
Nesse cenário, aparecem na sequência o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 8,7%; a ministra Simone Tebet (MDB), com 6,9%; e o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), com 2,2%. Entre os entrevistados, 10,5% disseram que votariam em branco, nulo ou nenhum e 4,7% não souberam ou não quiseram responder.
Empate no segundo turno
Em um cenário apenas com Lula e Michelle, o presidente ainda estaria numericamente à frente, com 44,5% das intenções de voto, mas empatado dentro da margem de erro com a ex-primeira-dama, que chegaria a 43,4%.
Entre os entrevistados, 8% disseram que votariam em branco, nulo ou nenhum dos dois, enquanto 4,2% não souberam ou não responderam.
Aposta bolsonarista
Embora nunca tenha disputado uma eleição, Michelle é tida como uma das principais apostas eleitorais do PL e do bolsonarismo. Presidente nacional do PL Mulher, ela tem viajado o país ajudando o partido a arregimentar mulheres com vistas às eleições municipais deste ano.
Na última terça-feira, 26, Michelle foi homenageada num dos principais palcos artísticos de São Paulo, o Theatro Municipal, onde recebeu o título de cidadã paulistana, concedido a ela por iniciativa de vereadores paulistanos. O evento virou não só um ato de apoio a Jair Bolsonaro, que estava presente, como a Ricardo Nunes (MDB), o prefeito de São Paulo que busca a reeleição com o apoio do bolsonarismo.
Bolsonaro fora do páreo
O ex-presidente, declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral em duas ações que apuram abuso de poder político em 2022, recorreu ao Supremo Tribunal Federal e ainda tenta viabilizar a sua candidatura.
Caso não consiga, além de Michelle, alguns governadores de centro-direita são considerados como eventuais candidatos a herdar o seu espólio eleitoral: Tarcísio de Freitas (São Paulo), tido como o que tem mais chances de vencer a eleição presidencial, Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Junior (Paraná) e Ronaldo Caiado (Goiás) — leia aqui matéria sobre a performance dos governadores contra Lula.
Se Bolsonaro fosse candidato hoje, no entanto, e não estivesse inelegível, ele apareceria numericamente à frente de Lula na corrida presidencial — leia a matéria com os números desse cenário aqui.
Pesquisa
O levantamento ouviu 2.024 eleitores em 162 municípios de 26 estados e do Distrito Federal. Os primeiros números foram divulgados pelo senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, partido que encomendou a pesquisa.