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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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A lavação de ‘roupa suja’ de Sergio Moro e seu (ex) candidato em Curitiba

Ney Leprevost disse que só aceitou Rosangela Moro como vice 'por imposição' e chamou o ex-juiz federal de 'traidor contumaz', 'vaidoso' e 'oportunista'

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 out 2024, 17h59 - Publicado em 16 out 2024, 17h28

As brigas entre o candidato à prefeitura de Curitiba pelo União Brasil, Ney Leprevost, e o casal Sergio e Rosangela Moro (União Brasil) tomaram os bastidores da campanha eleitoral na capital paranaense. Até agora: o então postulante a prefeito e o senador trocaram farpas em público entre terça, 15, e quarta-feira, 16, com acusações mútuas sobre a culpa pela derrota na campanha. Leprevost teve 6,49% dos votos, ficando em quarto lugar e fora do segundo turno, destino compartilhado por várias lideranças que receberam o apoio do ex-juiz federal da Lava-Jato na campanha.

Leprevost concedeu algumas entrevistas e divulgou uma extensa carta (leia a íntegra no final) chamando Moro de “traidor contumaz”, “oportunista” e acusando o senador de ter “abandonando a campanha dez dias antes da eleição por não ter sido satisfeita a sua vaidade de aparecer diversas vezes no programa eleitoral de televisão”. O deputado disse que o senador “plantou notícias” contra ele e que só aceitou a deputada Rosangela Moro na chapa por imposição partidária.

“Se o senhor (Moro) fosse amado pelo povo de Curitiba como afirma, não precisaria andar rodeado de seguranças pagos pelo povo brasileiro até para ir à feira. De herói nacional que até eu admirei, o senhor apequenou — se e se transformou em um mero ‘lacrador’ de redes sociais. Me esqueça e vá se defender na Justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu. Peço desculpas ao povo de Curitiba por ter aceitado a imposição nacional do partido de ter a sua esposa como vice, não por ela que ainda hoje tenho como boa pessoa, mas pelo senhor que é um oportunista visto pela esquerda como carrasco do Lula e pela direita como traidor do Bolsonaro”, diz um trecho da carta de Leprevost.

Moro rebateu as acusações, dizendo que o deputado está buscando “transferir a responsabilidade pelo fracasso de sua candidatura a prefeito a terceiros” e que “implorou” para ter Rosangela como vice. “A população não aguenta mais a velha política de candidatos que se apresentam sem posições claras. Ney aventurou-se na busca por eleitores de todos os lados e junto com seu irmão recebeu nas urnas o que merecia”, disse o senador nas redes sociais.

Leia a nota do deputado Ney Leprevost

Em resposta aos ataques rasteiros e injustificados proferidos contra mim, e sem o menor cabimento também a familiar meu, pelo senhor Sergio Moro , tenho a declarar, após buscar informações com diversas fontes jornalísticas e rememorar fatos, conclui que:

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– Este senhor é um traidor contumaz.
– ⁠Traiu a magistratura utilizando-se dela para se promover pessoalmente com objetivo de conquistar cargo político.
– ⁠Traiu as Leis que jurou cumprir ao realizar tortura psicológica em réus e escutas telefônicas de legalidade questionável.
– ⁠Traiu as milhares de pessoas que saíram às ruas para apoiar a operação Lava Jato, abandonando sua função de juiz para ser ministro.

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– ⁠Traiu o presidente Jair Bolsonaro ao ser expurgado do ministério atacando aquele que confiou nele nomeando-o para uma das pastas mais importantes da nação.
– ⁠Traiu o partido Podemos que o sustentou financeiramente.
– ⁠Traiu o povo do Paraná ao tentar ser candidato a senador pelo estado de São Paulo, onde foi rejeitado pelo Tribunal Eleitoral.
– ⁠Traiu seu padrinho político, o senador Álvaro Dias, lançando- se candidato de última hora contra ele.

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– ⁠Traiu seus eleitores de direita votando no ministro Flávio Dino para o STF.
– ⁠Traiu sua querida esposa colocando- a, através da direção nacional do partido, como candidata a vice na minha chapa e abandonando a campanha dez dias antes da eleição por não ter sido satisfeita a sua vaidade de aparecer diversas vezes no programa eleitoral de televisão.
– ⁠Traiu o partido União Brasil, utilizando na última semana de campanha 230 mil reais do fundo eleitoral nas redes sociais da sua esposa para mera promoção pessoal da mesma sem sequer pedir votos para o 44.
– ⁠Me traiu ao plantar ao longo da campanha diversas notas na imprensa nacional com objetivo de desestabilizar minha candidatura.

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– ⁠Traiu a pátria ao fazer um “acordão” através dos senadores Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre.

Senador Sergio Moro, não me meça pela sua régua. Minha vida pública é pautada por coerência e respeito a todas as pessoas.

Se o senhor fosse amado pelo povo de Curitiba como afirma, não precisaria andar rodeado de seguranças pagos pelo povo brasileiro até para ir à feira.

De herói nacional que até eu admirei, o senhor apequenou – se e se transformou em um mero “lacrador” de redes sociais.

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Me esqueça e vá se defender na justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu.

Peço desculpas ao povo de Curitiba por ter aceitado a imposição nacional do partido de ter a sua esposa como vice, não por ela que ainda hoje tenho como boa pessoa, mas pelo senhor que é um oportunista visto pela esquerda como carrasco do Lula e pela direita como traidor do Bolsonaro.

A toda boa gente do Paraná, meu muito obrigado pela milhares de manifestações de solidariedade no dia de hoje. Tenham a certeza absoluta que minha vida pública vai continuar pautada na defesa da liberdade e nos princípios éticos e humanistas que meu detrator chama de “velhos”.

Que Deus nos proteja do mal!

Ney Leprevost

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