Quase um ano após o lançamento do Aliança pelo Brasil, partido do presidente Jair Bolsonaro, dirigentes da sigla dizem ter conseguido metade da meta de 492 000 assinaturas necessárias para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficialize a legenda. A expectativa é de que até o final de janeiro o total de fichas de apoio esteja entregue ao sistema da Justiça Eleitoral, à qual cabe referendar os apoiamentos.
Mais do que a busca por assinaturas, no entanto, o crivo sobre elas é a parte mais crítica do processo de criação de um partido: até o momento, apenas 42 728 assinaturas pela abertura do Aliança, 8,6% do total necessário, foram validadas. “O grande problema não é a coleta de fichas, mas a velocidade de processamento da Justiça eleitoral, porque teve pandemia e depois eleição”, diz um dirigente do Aliança pelo Brasil, que tem como presidente Bolsonaro e como vice o filho Zero Um, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Além das 492 000 assinaturas, número correspondente a 0,5% do eleitorado na última eleição à Câmara dos Deputados, a criação de um partido demanda que em ao menos nove estados o número de apoiamentos seja de 0,1% do total do eleitorado. Aliados de Bolsonaro na construção da legenda afirmam que a meta de coleta de apoios foi batida em seis estados: Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Paraíba. Há perspectiva de que Maranhão, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul tenham as metas batidas nos próximos quinze dias.
Bolsonaro, cujos filhos Flávio e Carlos estão filiados ao Republicanos, tem propostas para migrar a outros partidos além do Aliança e acompanha sem muito entusiasmo o processo de criação da legenda. Ele já reclamou da “burocracia” para abrir um partido no Brasil. “O presidente tem muitas opções. O Aliança vai ficar pronto, mas como ele vai fazer depois, não sei. Ele determinou para deixar pronto o partido e vamos trabalhar por isso”, afirma um aliado.