Em meio à incerteza sobre o nome que sucederá Flávio Dino no Ministério da Justiça, o Planalto tem investido em campanhas publicitárias que celebram as medidas de segurança pública adotadas pelo governo federal em 2023. Nesta quarta-feira, 3, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República deu início a uma campanha que exalta os principais resultados das ações de combate à violência e criminalidade no país. O tema é um dos que mais preocupam o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Editado em formato “react” (estilo de vídeo no qual um influenciador comenta notícias e eventos), o material traz um jovem listando, em tom descontraído, uma série de programas e investimentos do governo no enfrentamento ao tráfico de drogas, crime organizado, violência nas escolas, mortes violentas, feminicídio e crimes ambientais.
O discurso bem-humorado contrasta com imagens de operações policiais e militares, incêndios florestais, câmeras de vigilância e até agentes praticando tiros. Entre as medidas exaltadas estão as intervenções das Forças Armadas nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo, o lançamento do Programa de Ação na Segurança (PAS), as políticas de proteção no ambiente escolar e o movimento Brasil Sem Misoginia. “Eu sei bem que segurança pública é algo que o Brasil precisa avançar, mas é muito bom ver que as coisas estão começando a funcionar”, encerra o ator.
Avaliação negativa
Desde o início da atual gestão, o governo enfrenta o desafio da grave crise de segurança no país, incluindo quadros críticos no Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Norte, o domínio das facções criminosas nas prisões brasileiras e os alarmantes números sobre tráfico de drogas e de armas.
A recente ofensiva publicitária da Secom, tanto no vídeo publicado nesta quarta-feira quanto na campanha “O Brasil é Um Só Povo”, lançada em dezembro, busca reverter a avaliação negativa do Executivo no combate à violência. Pesquisas recentes apontam que criminalidade, violência e tráfico de drogas são percebidas como os maiores problemas atuais no país e que a aprovação do governo federal caiu no final do ano, enquanto a rejeição à gestão Lula vem crescendo, como mostra reportagem recente de VEJA.