Alexandre de Moraes libera redes sociais de Carla Zambelli
Ministro argumentou que não é mais necessário suspender os perfis da deputada e que só publicações de tom ilegal devem ser apagadas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes liberou nesta quinta-feira, 25, as redes sociais da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que foi presa na Itália, país para onde foi depois de ser condenada a dez anos de prisão por coordenar e financiar uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A decisão do ministro (leia a íntegra ao final), diz que a medida não é mais necessária e que apenas as publicações de tom ilícito é que devem ser apagadas pelas plataformas. “No atual momento processual, entretanto, não há necessidade da manutenção dos bloqueios determinados nas redes sociais, devendo, somente, ser excluída as postagens ilícitas que deram causa a decisão judicial”, diz trecho da decisão.
O magistrado liberou Zambelli a ter seus perfis ativos novamente nas seguintes redes sociais: YouTube, Telegram, X (antigo Twitter), TikTok, Linkedin, Instagram, Facebook e Gettr (uma rede social criada por um ex-auxiliar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump).
No entanto, Moraes deixou uma advertência. Caso a deputada volte a fazer qualquer publicação de tom antidemocrático ou espalhar notícias falsas, pagará uma multa diária de 20.000 reais. “Nas hipóteses de reiteração de publicação, promoção, replicação e/ou compartilhamento com conteúdo análogo àquele que ensejou a decisão judicial, por caracterizar grave e ilícita desinformação e discursos de ódio, atentando contra as Instituições, Poderes de Estado e, principalmente, contra o estado democrátido de direito, fixo multa diária de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), por perfis/canais/contas do investigado.”
Zambelli está presa na penitenciária de Rebibbia desde o dia 29 de junho. Nesta quarta, 24, ela prestou depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que analisa o processo da perda do seu mandato por conta da condenação criminal no STF. A deputada fugiu do Brasil depois de seu caso terminar de ser julgado, acreditando que, por ter cidadania italiana, seria blindada de cumprir pena caso fosse ao país europeu. No entanto, ela foi presa preventivamente e aguarda o andamento do seu processo de extradição.