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Apoio de Garcia a Bolsonaro gera ‘constrangimento muito grande’, diz Tasso

Senador cearense está entre caciques do PSDB que declararam voto em Lula no segundo turno contra o presidente

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 out 2022, 09h27 - Publicado em 5 out 2022, 18h53
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  • A declaração de apoio “incondicional” do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da corrida presidencial não incomodou apenas uma ala expressiva do PSDB paulista e parte do secretariado do governo Garcia – três nomes deixaram o governo nesta quarta, após o anúncio do apoio à reeleição do presidente: Rodrigo Maia (Ações Estratégicas), Zeina Latif (Desenvolvimento Econômico) e Laura Machado (Desenvolvimento Social).

    Caciques de peso do PSDB que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também reagiram ao anúncio do governador, um novato no ninho tucano. Um deles é o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que presidiu o partido duas vezes, entre 1991 e 1994 e de 2005 a 2007. Para o cearense, a adesão de Rodrigo Garcia ao bolsonarismo, ainda mais nos termos em que anunciada, causa um “constrangimento muito grande”.

    “Isso causou um constrangimento muito grande no partido, não só em São Paulo. Evidentemente que o Rodrigo Garcia, como um recém-chegado ao PSDB, não tem historicamente uma ligação com nossa história e tomou uma atitude que não faz jus às nossas origens e nosso passado. Tanto que provocou até uma nota do próprio presidente Fernando Henrique”, disse Tasso Jereissati a VEJA nesta quarta, referindo-se à declaração de voto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em Lula, confirmada hoje.

    Tasso participou da reunião nesta terça, 4, em que o diretório nacional do PSDB liberou os estados a apoiarem Bolsonaro ou Lula no segundo turno. Ele e outros três ex-presidentes tucanos reafirmaram apoio ao petista na ocasião: José Aníbal (SP), Teotônio Vilela Filho (AL) e Pimenta da Veiga (MG).

    Para o tucano cearense, cujo mandato no Senado termina no início de 2023, a derrota de Garcia ao governo paulista, depois de quase três décadas de governos do PSDB no Palácio dos Bandeirantes, mostra a necessidade de renovação de lideranças na sigla. O governador foi superado pelo ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e ficou de fora do segundo turno. No mesmo pronunciamento em que se disse apoiador de Bolsonaro, Rodrigo Garcia declarou voto em Tarcísio.

    “A derrota tem peso relativo. Estávamos vindo em um processo de desgaste há um tempo, que começou antes dessas eleições. Em 2018, já fomos objeto desse desgaste, e as grandes lideranças de São Paulo envelheceram ou não estão mais aqui. A nova geração que está aí não conseguiu se afirmar dentro da mesma linha, com a mesma consistência ideológica e filosófica dessa velha geração. O PSDB foi muito paulista por causa dessas lideranças”, diz Tasso Jereissati.

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