O economista Paulo Guedes, guru econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e fiador do candidato junto ao mercado financeiro, tem evitado dar explicações após a notícia de que aventou, em um encontro com investidores, criar um imposto aos moldes da CPMF e uma alíquota única de 20% para imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas.
Desde que a Folha de S. Paulo informou sobre a promessa de Guedes, na quarta-feira 19, ele já cancelou participações em debates e palestras no banco Credit Suisse, na quinta-feira 20, e, nesta sexta-feira, 21, na Câmara Americana de Comércio (Amcham) e na XP Investimentos.
O escolhido de Bolsonaro para comandar um superministério da Economia, caso eleito, também não participou do programa Roda Viva, da TV Cultura, que na segunda-feira 17 teve uma rodada de debates entre os economistas das campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Fernando Haddad (PT).
Enquanto o “Posto Ipiranga” de Jair Bolsonaro não dá as caras, adversários do candidato do PSL aproveitam para centrar fogo na proposta de criar outro imposto. Alckmin declarou nesta quinta que a ideia é “um tiro na classe média e no pobre” e Ciro afirmou que o neoliberalismo de Guedes “instrumentaliza o fascismo”, enquanto Marina e Meirelles fizeram dobradinha no debate presidencial da TV Aparecida para atacar a recriação do imposto do cheque. A ex-ministra disse que está “tendo um incêndio dentro do posto Ipiranga”.
Internado no Hospital Albert Einstein onde se recupera de um ataque a faca durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro, Jair Bolsonaro usou o Twitter nesta sexta para tentar reverter a repercussão da proposta de seu guru econômico, a quem sempre delegou um assunto que assume não entender. Na rede social, o presidenciável afirmou que votou pela revogação da CPMF – e deixou a postagem fixa no topo de seu perfil.
https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1043098457370714112