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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Após reunião do PSDB, Aécio diz que candidatura de Doria é inviável

Encontro da direção nacional aumenta a pressão do partido para que o ex-governador de São Paulo desista da candidatura ao Planalto

Por Reynaldo Turollo Jr. Atualizado em 17 Maio 2022, 20h49 - Publicado em 17 Maio 2022, 19h21

A cúpula tucana discute no início da noite desta terça-feira, 17, em reunião na sede nacional do PSDB em Brasília, uma proposta do deputado Aécio Neves (MG) para convidar o ex-governador paulista João Doria para uma conversa com seus correlegionários para que ele próprio ouça das lideranças regionais que a sua candidatura à Presidência atrapalha o partido nos estados. “Ele (Doria) terá duas alternativas: o gesto de grandeza política de desistir de sua candidatura ou permanecer nesse enfrentamento”, disse Aécio.

Segundo o deputado, a ideia é convidar Doria para essa conversa já nesta quarta-feira, 18. “Maior que seu projeto presidencial é o interesse do partido e do país”, disse Aécio ao deixar a reunião, que não foi acompanhada pela imprensa. Aécio voltou a afirmar que defende a ideia de que o partido tenha candidatura própria e apresente alternativas para o país, mas sustentou que a manutenção do nome de Doria é inviável.

O partido também deve continuar as tratativas para a formação de uma aliança com o MDB, mas sem tomar uma decisão final sobre a candidatura até amanhã, como havia sido definido inicialmente. “O que se espera é que, se a candidatura se mostra inviável, o próprio candidato possa fazer uma reavaliação e permitir ao PSDB continuar apresentando ao Brasil um projeto. Continua-se conversando com o MDB, não se avança em entendimento sobre pesquisa (para a definição do nome), nada disso”, afirmou.

Segundo relato de um dos presentes, houve uma avaliação unânime de que a carta divulgada por Doria no fim de semana na qual acusa a direção do partido de “golpe” ao tentar impedir a sua candidatura foi um erro político do ex-governador de São Paulo.

O deputado Carlos Sampaio (SP) acrescentou que a carta também foi um erro jurídico, pois o entendimento é que nada se sobrepõe à convenção partidária, que ainda será realizada. Os tucanos de São Paulo pediram que a reunião com Doria seja postergada – não ocorra amanhã, mas em alguns dias – e isso está em discussão. Cesar Gontijo, membro da direção nacional do PSDB, fez um apelo para que o partido desse 45 dias de prazo a Doria antes de tomar qualquer decisão, mas a ideia não prosperou.

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Doria, que venceu as prévias em novembro passado para ser o candidato do PSDB ao Planalto – e que renunciou ao governo de São Paulo em abril com esse objetivo –, já sinalizou que vai à Justiça se a direção do partido mudar de ideia.

A reunião desta tarde teve a presença de vários nomes importantes do tucanato, como o presidente da legenda, Bruno Araújo, o senador Tasso Jereissati (CE) e vários deputados.

Araújo adotou um tom mais ameno que Aécio, mas também confirmou aos jornalistas que Doria será convidado a participar de uma reunião com correligionários ainda nesta quarta-feira. O presidente do partido disse que, no momento, o ex-governador de São Paulo é o pré-candidato do PSDB à Presidência, mas deixou claro que há insatisfação das lideranças do partido — e uma pressão para que ele desista.

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“Os pré-candidatos (aos governos estaduais) colocaram as dificuldades que enxergam nesse processo. Não podemos dar um passo sem essa conversa (com Doria). Não há sentido em qualquer definição que não tenha a participação direta,  a construção política e a autoridade do pré-candidato nosso. Tenho confiança que a política vai ajudar a construir um entendimento”, afirmou.

Araújo destacou a legitimidade das prévias vencidas por Doria, mas ressaltou que, em novembro passado, o momento político era outro. Questionado sobre a ameaça de Doria de judicializar a questão, respondeu que a judicialização costuma ser feita contra adversários de outros partidos, e não contra correligionários. “É a antipolítica”, alfinetou Araújo. Ele também informou que a reunião com o MDB para a apresentação de uma pesquisa de viabilidade eleitoral contratada pelos dois partidos está mantida para esta quarta-feira.

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